A resistência de plantas daninhas aos herbicidas é um fenômeno natural que ocorre em resposta ao uso repetido de herbicidas com mesmo mecanismo de ação e pode inviabilizar o controle de espécies resistentes com o mecanismo herbicida envolvido. Estima-se que a perda de rendimento no Brasil em função da resistência, no sistema de produção da soja, seja superior a 9 bilhões de reais. O azevém (Lolium multiflorum Lam.) é a principal planta daninha de inverno que infesta as lavouras na Região Sul do Brasil. O azevém produz grande quantidade de sementes, de fácil dispersão e dormência longa, o que proporciona persistência a espécies nas lavouras de cereais de inverno e perdas de rendimento, nestas culturas, que podem chegar a mais de 80%. O controle do azevém dá-se com o uso de herbicidas na dessecação pré-semeadura e na pós-emergência, tanto nos cultivos de inverno como nas culturas de verão e a resistência inviabiliza o uso desses produtos para o controle. Em um cenário de azevém resistência múltipla é necessário desenvolver estratégias de manejo eficientes e capazes de controlar efetivamente o azevém. O objetivo desse projeto é mapear as resistências de azevém e avaliar o uso de culturas de cobertura de solo associadas a herbicidas pré e pós-emergentes no manejo de azevém com resistência múltipla a herbicidas na entressafra de inverno na região Sul do Brasil. O projeto está estruturado com duas Soluções para Inovação (SI). Serão avaliadas diferentes culturas de cobertura do solo associadas a diferentes doses de herbicidas durante a entressafra de inverno. Serão realizadas coletas de sementes de azevém no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná e avaliadas quanto à resistência em casa-de-vegetação. Como resultado final, serão identificadas as melhores coberturas de solo, as doses de herbicidas para controle do azevém e elaborados mapas de dispersão das resistências no Sul do Brasil.