A matéria orgânica do solo é o maior reservatório de carbono da superfície da Terra, correspondendo a 3 ou 4 vezes a quantidade desse gás armazenado na biomassa, definida como o volume total de matéria viva existente num ecossistema ou numa população animal ou vegetal. Com isso, as ações que visam aumentar o estoque de carbono no solo são mais eficazes e factíveis do que alterações no conteúdo de biomassa.

Além disso, se comparada aos demais componentes, é a matéria orgânica quem desempenha um papel primordial na qualidade do solo. Isso decorre da influência que a quantidade e qualidade da matéria orgânica exerce sobre as propriedades físicas, químicas e biológicas da terra. Dentre essas propriedades, destacam-se efeitos na estabilidade de agregados; diminuição da plasticidade; aumento da capacidade de retenção de água e da troca de cátions. Corresponde também ao principal local de absorção para agrotóxicos e metais pesados no solo.

Esses efeitos são particularmente importantes nos solos tropicais, naturalmente ácidos e cuja fração mineral é composta principalmente de argilas de atividade baixa. Assim sendo, de maneira geral, um aumento do conteúdo de carbono no solo aumenta sua fertilidade e com isso o conteúdo de biomassa vegetal que esse solo é capaz de suportar.

As Terras Pretas de Índio encontradas na Amazônia são extremamente férteis, e essa característica resiste ao tempo apesar do uso agrícola desses solos. A fertilidade se deve principalmente às propriedades da matéria orgânica do solo. Esse projeto se propõe a reproduzir esse tipo de solo, visando a melhoria da sua fertilidade e o sequestro de carbono.