Uso da glicerina bruta como ingrediente nas dietas para vacas em lactação

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O projeto teve como objetivo estudar a utilização da glicerina bruta produzida pela usinas de biodiesel como alimento para vacas de leite, como alternativa para reduzir o uso do milho, fonte energética com preços internacionais cada vez mais elevados, e assim aumentar a sustentabilidade da produção leiteira. Trabalhos realizados em outros países sugerem ser o glicerol, principal componente da glicerina bruta, um nutriente energético utilizado com eficiência pelos ruminantes. Assim, este projeto contemplou três estratégias principais para abordar a questão. A primeira, com vacas fistuladas e não fistuladas, estudou o efeito de diferentes níveis de glicerina bruta na dieta sobre o consumo, ambiente ruminal (microbiota, ácidos graxos e nitrogênio amoniacal), dinâmica ruminal, degradabilidade dos nutrientes, produção e composição do leite e constituintes do sangue. Esses resultados definiram a dosagem de glicerina bruta a ser utilizada na estratégia seguinte, a qual estudou o efeito do consumo contínuo de glicerina bruta por vacas em lactação durante longos períodos e nas diferentes fases da lactação. Foram avaliados os efeitos sobre o consumo de alimentos, produção e composição do leite, variação no peso vivo, e digestibilidade aparente dos nutrientes. Por fim, através de amostragens nas usinas de biodiesel, foi caracterizada a glicerina bruta produzida no Brasil e verificadas suas possíveis limitações para uso como alimento para ruminantes. Os resultados indiciaram que ela pode ser usada em até 9% da ração total de vacas leiteiras ou substituir até 22% do milho usado no concentrado. Seu uso, além de não interferir no consumo de alimento e na produção e composição do leite, proporciona maior ganho de peso dos animais. Embora o pH e a concentração de amônia no rúmen não se alterem, a ingestão de glicerina reduz a degradabilidade ruminal do volumoso da dieta e a população ruminal de alguns protozoários ciliados ( Entodinium, Isotricha e Ostracodinium). Aproximadamente metade da produção brasileira de glicerina é feita na região Centro Oeste, a maioria proveniente de óleo de soja (55%) e sebo bovino (36%). Sua qualidade é bastante variável, com níveis de impurezas (água + óleo) variando entre 6 e 46%, pH entre 5 e 10, e de glicerol entre 60 e 88%. O processo de obtenção da glicerina deve ser aperfeiçoado para que o produto final atenda requisitos mínimos de qualidade. O uso da glicerina em substituição ao milho é economicamente recomendado sempre que o seu preço for inferior ao do milho. Entretanto, por ser um ingrediente líquido, diferente daqueles comumente usados na formulação de concentrados e dietas totais, seu uso implica em novas formas de distribuição, armazenamento e manuseio na indústria e propriedade rural.

Situação: concluído Data de Início: Wed Apr 01 00:00:00 GMT-03:00 2009 Data de Finalização: Thu Mar 31 00:00:00 GMT-03:00 2011

Unidade Lider: Embrapa Gado de Leite

Líder de projeto: Jackson Silva e Oliveira

Contato: jackson.oliveira@embrapa.br