A pimenta-do-reino ( Piper nigrum L.) possui relevância no agronegócio nacional, ocupando a quarta posição nas taxas de exportações no mercado mundial, com o Estado do Pará sendo responsável por 85% da produção nacional. Entretanto, o surgimento da fusariose, causada pelo fungo Fusarium solani f. sp. Piperis, tem resultado em perdas significativas à pipericultura, principalmente nesse Estado. Estudos comprovaram estreita base genética e suscetibilidade ao patógeno nos genótipos avaliados do BAG da pimenteira-do-reino da Embrapa Amazônia Oriental, sendo identificado nove espécies de Piper sp., nativas da Amazônia, resistentes ao fungo, sendo sugerida a utilização dessas espécies como fonte de resistência em programas de melhoramento convencional da pimenteira. Assim, estudos envolvendo cruzamentos interespecíficos entre P. nigrum e espécies nativas resistentes, mostraram obstáculos para a obtenção dos híbridos, e consequentemente, dificuldades para conduzir os programas de melhoramento convencional. Outras pesquisas, envolvendo a obtenção de enxerto resultou em inconpatibilidade entre os sistemas vasculares da pimenteira-do-reino e das Piper sp. nativas. Apesar de terem sido propostas muitas pesquisas para contornar esse problema, nenhuma estratégia ofereceu solução definitiva para a fusariose. Como poucos estudos foram desenvolvidos a nível molecular, esse projeto propõe a identificação de sequências gênicas putativas envolvidas na interação entre uma espécie Piper sp., nativa da Amazônia, e o patógeno Fusarium solani. As informações serão obtidas via plataforma Solid de sequenciamento, juntamente com a equipe de genômica da Universidade Federal do Pará. Essa pesquisa está incluída no projeto aprovado da Rede Paraense de Genômica e Proteômica liderado pela UFPA, o qual visa oferecer informações genéticas para apoiar o programa de melhoramento da pimenteira-do-reino.