A cultura de cana-de-açúcar é uma das mais importantes do Brasil, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste, sendo a principal atividade agrícola do Estado de Rio de Janeiro, sobretudo no norte fluminense. O Rio de Janeiro enfrentou uma crise do setor, o que tornou crucial o desenvolvimento de tecnologias que possibilitassem o aumento do rendimento e a produção sustentável da cultura – o Estado apresentava baixos rendimentos médios, de 47,9 toneladas por hectare.
Além dos fatores climáticos e do manejo da cultura, outra limitação mostrou-se associada à pobreza dos solos, especialmente em nitrogênio. Frente a isso, pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Agrobiologia, em parceria com a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), demonstraram que algumas variedades da cultura possuem sistema de fixação biológica de nitrogênio (FBN) muito eficiente, o que garante grande parte da necessidade desse nutriente. Mas para otimizar a nutrição, seria preciso aperfeiçoar o manejo, destacando-se a própria otimização da FBN.
Este projeto teve por objetivo otimizar a nutrição nitrogenada da cultura de cana-de-açúcar baseada na FBN, como suporte da produção sustentável da cultura no País, especialmente no Estado do Rio de Janeiro. Para isso, foram desenvolvidos experimentos nas mais representativas áreas produtoras do Sudeste e do Nordeste brasileiros, com o intuito de identificar variedades com alto rendimento e potencial para FBN e avaliar no setor produtivo o inoculante para cana-de-açúcar lançado pela Embrapa Agrobiologia.
Além disso, foram avaliados o rendimento e a acumulação de nutrientes, principalmente nitrogênio, extraídos pela cultura, determinando-se a contribuição da FBN por meio de técnicas de 15N e do balanço de nitrogênio total no sistema solo-planta.