O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de milho, no entanto, apresenta baixas médias de produtividade. Uma das prováveis causas é a maior incidência de insetos-praga e de doenças observada principalmente a partir da década de 1990. O incremento do cultivo de safrinha aliado à adoção de plantio direto, sem obedecer a um planejamento de rotação de culturas, contribuiu para aumentar a incidência desses agentes potenciais redutores da produtividade nas lavouras de milho. Além disso, a dificuldade para se identificar os insetos-praga, a carência de materiais tolerantes ou resistentes, a adoção do sistema de plantio direto, e o consequente acúmulo de palha, favorecendo a sobrevivência e a multiplicação da maioria de pragas na área, têm contribuído para que a produção nacional de milho experimente perdas cada vez maiores a cada ano. Ultimamente, tem-se observado a crescente adoção de defensivos agrícolas na cultura do milho. O uso de fungicidas, especialmente, ainda é alvo de muitas discussões. Existem relatos de aumentos de 25 a 30 sacas/ha quando houve aplicação de fungicidas; no entanto, outros estudos têm demonstrado a significativa instabilidade na obtenção destes incrementos, consideradas as variações em fatores como cultivares, pressão de doenças, sistema de produção e nível tecnológico empregado. A correta identificação do inseto-praga e do agente causador de uma doença é o primeiro passo para o estabelecimento de estratégias para o seu manejo de forma adequada. A identificação de uma doença pode não ter sucesso por causa, simplesmente, de um diagnóstico incorreto. Isso assume grande importância porque influencia a tomada de decisão sobre outros fatores, como a escolha de cultivares e fungicidas a serem utilizados. Nesse sentido, as estratégias de manejo integrado se revestem de grande importância, uma vez que é preciso assegurar a sustentabilidade da atividade tendo em vista um sistema de produção ecológica, social e ambientalmente correto. A utilização de agrotóxicos sem quaisquer critérios tem aumentado muito nos últimos anos, entretanto, a preocupação com a saúde dos consumidores também tem sido assunto de muitos debates entre os mais diversos segmentos da sociedade. A capacitação de profissionais da extensão rural em alternativas de Manejo Integrado de Insetos-praga (MIP) e Manejo Integrado de Doenças (MID) e a conscientização dos produtores rurais acerca da importância de uma produção sustentável, através de metodologias de transferência de tecnologias consolidadas, como o Treino e a Visita, são objetivos dessa proposta, que pretende minimizar o distanciamento entre instituições de pesquisa (geradoras de tecnologias) e agricultores das principais regiões produtoras de milho no Brasil.