O uso da nanotecnologia promove o contato de nanopartículas e nanoestruturas com organismos vivos, em situações ainda não compreendidas plenamente. Na atividade agrícola isso pode ocorrer em larga escala, como no caso de aplicações de agrotóxicos encapsulados em nanoestruturas de liberação controlada, cuja toxidade inerente ao sistema de liberação ainda necessita de constante verificação. Casos como este motivaram a proposição desse projeto, cujo objetivo foi avaliar o impacto potencial em organismos vivos decorrente do uso de nanomateriais projetados e produzidos para a cadeia de produção agropecuária e de alimentos. Os principais alvos de estudo foram nanopartículas para liberação controlada de agrotóxicos, fertilizantes, nanoprodutos com propriedades bactericidas/fungicidas, nanocompósitos utilizados em alimentos, filmes nanoestruturados comestíveis, além de outros sistemas relacionados à atividade agrícola. Foi priorizada a avaliação toxicológica em células vegetais, células animais e em embriões e animais de laboratório, compondo um panorama geral da interferência de nanopartículas e sistemas nanoestruturados em organismos vivos e em tecnologias relacionadas à atividade agrícola. Estes resultados foram comparados aos ensaios de caracterização dos materiais produzidos em outros projetos, e foram correlacionados, para cada estrutura estudada, os indicativos de toxicidade para um ou vários dos sistemas biológicos, sendo também avaliados, em escala limitada, eventos de alteração da estrutura genética. Assim, os resultados foram direcionados para servir de base para futuras recomendações de sistemas nanométricos na agropecuária e para reorientar pesquisas em andamento no assunto. Por fim, foram também avaliados aspectos da percepção sobre impacto toxicológico e ambiental de nanotecnologias, de forma a integrar os diferentes desenvolvimentos ao longo do projeto e demais projetos interligados. Os objetivos gerais foram alcançados, em termos da análise do impacto de nanopartículas e sistemas nanoestruturados por meio de testes in vitro (genotoxicidade de nanopartículas) em cultura de células, em embriões bovinos provenientes de descarte de abatedouros, e em animais de laboratório. As atividades estão atualmente sendo continuadas em um novo projeto, numa segunda fase, juntamente com a reorientação das pesquisas em andamento no tema.