O desenvolvimento de novas tecnologias para o setor agropecuário a partir de temas de fronteira, como a nanotecnologia, é uma necessidade já reconhecida pela Embrapa. A característica transversal e pervasiva dos desenvolvimentos nessa área torna também difícil a compreensão de modelos que permitam que estas novas tecnologias cheguem realmente ao setor produtivo. É fato que o comportamento de uma empresa do setor alimentício, quando assimila uma nova tecnologia, é estruturalmente diferente daquele de uma empresa do setor de plásticos ou ainda de um produtor de fertilizantes, visto que seus mercados alvo são fundamentalmente diferentes uns dos outros. Assim, um modelo único de transferência destas tecnologias pode ser falho, em maior ou menor grau, em função do tipo de mercado que se deseja atingir. Esta dificuldade não é exclusiva dos trabalhos envolvendo o agronegócio, mas aparece sistematicamente em todas as avaliações acerca da introdução de tecnologias inovadoras no Brasil. O cenário do ambiente de negócios no Brasil mudou significativamente nos últimos anos, e novos modelos de negócio vêm surgindo, sendo cada vez mais compartimentalizados à realidade dos diferentes setores. Desta forma, compreende-se que um modelo de transferência de tecnologia para temas de fronteira, como é o caso deste Projeto em Rede, depende ainda da construção de uma abordagem eficiente, que leve em consideração as características do setor pretendido e do usuário final da tecnologia. Espera-se que, desta forma, possa-se contribuir não somente com oferta de novas tecnologias para o setor produtivo ou no aumento da taxa de sucesso em processos de transferência, mas em um marco de inovação institucional, que permita colaborar com a compreensão dos caminhos futuros para a incorporação ou assimilação de tecnologias altamente inovadoras no setor produtivo.