O Estado do Pará é responsável por 80% da produção nacional de pimenta-do-reino e o Brasil é o terceiro país produtor e exportador da especiaria. Entretanto, a produção e a produtividade da cultura vêm diminuindo ao longo dos anos devido, principalmente, à ocorrência, na grande maioria dos pimentais, de Fusarium solani f. sp. Piperis, agente causal da podridão das raízes, doença que causa danos econômicos à cultura e redução da área plantada, há mais de quarenta anos, sem que exista uma metodologia de controle eficaz. Este projeto objetiva desenvolver uma metodologia de controle alternativo dessa doença, visando reduzir o inóculo do patógeno no solo, por meio da incorporação de folhas de nim indiano, que serão testadas frescas ou secas, em diferentes quantidades e épocas de aplicação, isoladamente ou em conjunto com a adubação orgânica, normalmente praticada nos pimentais. Também serão testados os extratos de folhas de nim e de Piper aduncum em pulverização no campo. A metodologia permitirá uma maior vida útil dos pimentais e maiores produção e produtividade, sendo de fácil execução pelos agricultores, e de baixo custo. Um ponto relevante: não haverá comprometimento do equilíbrio ecológico da região, uma vez que o método utiliza um produto natural e não tóxico (ao homem e a outros animais) no controle da doença. Considerando-se que os pimentais vêm se mantendo sem a dependência de defensivos sintéticos, essa nova metodologia de controle contribuirá para o sistema produtivo da pimenta-do-reino em base agroecológica, sem prejuízos ao equilíbrio ambiental nem à qualidade final dos grãos, que em grande parte se destinam ao mercado externo, exigente quanto à presença de resíduos químicos nos produtos alimentares.

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