Estudos sobre os fatores de risco em rebanhos leiteiros e o seu impacto econômico são disponíveis em países com pecuária leiteira desenvolvida. Essas informações são utilizadas para direcionar e priorizar procedimentos que melhorem a saúde do rebanho e que evitem problemas como alta contagem de células somáticas, contagem total de bactérias e resíduo de antimicrobianos no leite. Naqueles países, a maioria dos rebanhos é composta por animais de raça especializada e de alta produção criados em sistemas de confinamento total ou parcial. No Brasil, há uma diversidade no manejo de rebanhos bovinos leiteiros, sendo que a maioria destes é formada por animais mestiços criados em sistemas de confinamento parcial ou a pasto. Em estudo realizado com 175 rebanhos leiteiros localizados na região da Zona da Mata de Minas Gerais, foi verificado que o principal sistema de produção de leite era o semi-estabulado, seguido pelo a pasto e confinamento total. Neste estudo, foi observado também que, aproximadamente, 70% dos rebanhos possuíam até 30 vacas em lactação e produziam até 300 litros de leite, por dia. A identificação dos riscos associados com doenças particulares, como a mastite, é importante, pois possibilita estabelecer programas de controle e erradicação do Streptococcus agalactiae. Nestes estudos epidemiológicos são usadas análises estatísticas para estimar o grau do risco associado à exposição aos fatores ambientais, individuais e de manejo. A mastite bovina é uma doença multifatorial e a identificação dos fatores predisponentes, ou fatores de risco, relacionados aos animais e aos rebanhos ajudam a ampliar o conhecimento sobre a epidemiologia da doença e a aprimorar os programas de controle. No Brasil, há muitos trabalhos sobre mastite e qualidade do leite, mas há carência de grupos de pesquisa e de trabalhos sobre fatores de risco para esta enfermidade em específico e para alta contagem total de bactérias e resíduo. O objetivo deste projeto foi propor medidas para o aprimoramento de programas de melhoria da qualidade do leite com base nos resultados de estudos epidemiológicos em rebanhos da bacia leiteira de Santos Dumont, localizada na Zona da Mata de Minas Gerais, coletados em tanques comunitários, com base na identificação e quantificação de fatores de risco para altas contagem de células somáticas, contagem total de bactérias e resíduo de antimicrobiano no leite.