Resumo: O objetivo deste trabalho foi identificar e avaliar os fatores de risco associados ao parasitismo de tambaquis cultivados na região do Baixo São Francisco. Para tal, foram amostradas 10 propriedades nos municípios de Porto Real do Colégio (n= 3), Igreja Nova (n=3) no Estado de Alagoas e no município de Propriá (n=4) no estado de Sergipe. Em cada propriedade foi analisado um total de 30 peixes (15 peixes na estação seca e 15 na chuvosa). Em cada propriedade foram aplicados questionários semiestruturados com a finalidade de caracterizar as pisciculturas quanto a sua infraestrutura e manejo adotado nos sistemas de cultivo. Os peixes foram anestesiados (eugenol:álcool, 1:10 por aspersão no lado esquerdo da brânquia), e submetidos a biometria seguida de eutanásia por secção medular. Foram analisados muco, brânquias, fígado, rim, cecos pilóricos, intestino, estômago, bexiga natatória e músculo. De um total de 249 peixes coletados (peso 386,6±362,3 g e CP 19,7±7,2 cm), 136 (54,6%) apresentaram parasitismo. Foram encontrados helmintos monogenéticos, Trichodina sp., Henneguya sp., Piscinoodinium pillulare, Ichthyobodo necator, Dolops carvalhoi, Lernaea cyprinacea nas brânquias e superfície corporal, Procamallanus (spirocamallanus) inopinatus e larvas de nematoides no trato digestório e Myxobolus sp. em todos os órgãos analisados. Correlação do parasitismo e os fatores bióticos e abióticos foram observados e os riscos de ausência de desinfecção e raspagem do fundo dos viveiros, consórcio com criação de suínos, densidade de estocagem superior a 1 peixe/m³ e realização de biometrias sem manejo profilático adequado, evidenciam a falta de tecnificação no cultivo de peixes.

Ano de publicação: 2015

Tipo de publicação: Artigo em anais e proceedings

Unidade: Embrapa Tabuleiros Costeiros