Autoria: CASTRO, J. M. da C. e

Resumo: Palestra: A análise de amostras de solo e de raízes de plantas presentes numa área onde se pretende implantar um pomar de goiabeira, de aceroleira ou de outra cultura ualquer, aliada à aquisição de mudas de boa qualidade fitossanitária, são etapas importantes ao sucesso da atividade a ser iniciada. No Brasil, há carência de normas que regulamentem a produção de mudas de fruteiras, sendo que as espécies cítricas se constituem numa das poucas exceções a esta regra. Por causa disso, atribui-se às mudas de goiabeira formadas em viveiros de Petrolina, PE a disseminação de Meloidogyne enterolobii para os estados do Piauí e do Ceará, por exemplo. Estes relatos podem até ser verdadeiros, mas, em nenhum dos casos, foi feita a análise laboratorial de amostras de solo antes do plantio das mudas no campo. Por outro lado, é indiscutível o papel de mudas na disseminação de nematoides a longas distâncias. Assim, mudas de goiabeiras infectadas por M. enterolobii inviabilizam uma área para a produção de goiabas, podendo esse malefício se estender para áreas vizinhas pela movimentação do nematoide via água de chuva ou de irrigação ou junto às partículas de solo.Com relação à produção e comercialização de mudas de aceroleira, os cuidados ainda são menores por causa da menor agressividade dos nematoides-das-galhas a esta cultura. Entretanto, há de se considerar que mudas de aceroleira podem disseminar outras espécies além de M. enterolobii. Afirma-se, então, que o único caminho para evitar a continuidade dos problemas causados pela disseminação de nematoides em associação com mudas de goiabeira ou de aceroleira se passa por rigorosa adequação dos procedimentos envolvidos. Considerada a detecção de nematoides em mudas de goiabeira coletadas em viveiros de Petrolina, PE e de Juazeiro, BA, em 2007, a Embrapa Semiárido e a Embrapa Produtos e Mercado - Escritório de Petrolina elaboraram um folder com orientações sobre a produção de mudas de goiabeiras isentas de nematoides, incluindo aspectos relacionados à construção do viveiro, à planta fornecedora de material de propagação, ao padrão da muda, dentre outros. Destaca-se, a importância de se utilizar substrato comercial, sem qualquer adição de solo, na formação das mudas. Parte destas orientações já vem sendo adotada por alguns viveiristas em Petrolina, entretanto, observa-se que não existe padronização quanto ao substrato empregado. Para a aceroleira, estes aspectos são, ainda, mais desprezados, sendo comum o uso de substrato à base de solo na formação das mudas. Em março de 2016, foi realizada outra prospecção de ematoides em mudas de goiabeira, conforme feito em 2007. Também, foram coletadas mudas de aceroleira, apenas em viveiros de Petrolina. Das 14 amostras de mudas de goiabeira, em três (21,4%) foi detectado M. enterolobii, que também ocorreu em duas (40%) das cinco amostras de mudas de aceroleira. Assim, afirma-se que é urgente a necessidade de elaboração de normas que regulamentem a produção de mudas dessas culturas. Espera-se que a melhoria no padrão fitossanitário das mudas de oiabeira e de aceroleira formadas nos viveiros de Petrolina permita confiável intercâmbio comercial com os estados do Nordeste e de outras regiões do Brasil. Vale ressaltar que, nas áreas irrigadas do Nordeste brasileiro, essas duas culturas compõem atividades importantes para pequenos agricultores. Por isso, a preocupação com a qualidade das mudas de aceroleira deve ser a mesma esperada para com as mudas de goiabeira, pois aquelas, quando plantadas com M. enterolobii em suas raízes, pode m inviabilizar a futura produção de goiabas na mesma área ou em áreas vizinhas.

Ano de publicação: 2016

Tipo de publicação: Artigo em anais e proceedings

Unidade: Embrapa Semiárido

Palavras-chave: Acerola, Disease, Doença, Goiaba, Guava, Meloidogyne enterolobii, Muda, Nematoide