Adaptação de inventários de ciclo de vida de cana-de-açúcar para o contexto brasileiro.

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Resumo: Resumo: o Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, tendo produzido cerca de 635 milhões de toneladas na safra de 2014/2015, que ocupou cerca de 9 milhões de ha. A magnitude deste setor tem suscitado a preocupação com sua sustentabilidade, refletida nos muitos estudos hoje disponíveis sobre a Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) da cana-de-açúcar e seus derivados. Para que os estudos de ACV representem adequadamente a produção brasileira de cana-de-açúcar, as especificidades das diferentes regiões produtoras devem ser consideradas e estar refletidas nos Inventários de Ciclo de Vida (ICV). A literatura da área não disponibiliza trabalhos com estas características. Sendo assim, os objetivos do presente estudo foram: (1) gerar inventários da produção de cana-de-açúcar representativos das principais regiões produtoras brasileiras; (2) a partir destes, gerar um inventário representativo da produção nacional de cana-de-açúcar; (3) comparar este inventário ao que consta atualmente da base de dados ecoinvent; e (4) analisar o impacto do uso destes diferentes inventários na qualidade dos resultados da Avaliação de Impactos do Ciclo de Vida (AICV). Foram gerados inventários para os sistemas de produção típicos de cada um dos principais estados produtores brasileiros - SP, GO, MG, PR, MS, AL e MT -, agregados em um inventário nacional. A unidade de análise adotada foi 1 t de cana-de-açúcar; os fluxos de referência foram estabelecidos com base na produtividade agrícola de cada região. Efetuou-se ajustes nos parâmetros de entrada dos modelos para estimativas de emissões. As Mudanças de Uso da Terra (MUT) e suas emissões derivadas foram contabilizadas. A AICV foi realizada pelo método ReCiPe Midpoint (H) V1.12 / World ReCiPe H, desconsiderando-se as categorias de impacto não pertinentes à natureza dos processos em estudo. Confirmou-se o efeito da regionalização dos inventários nos resultados da AICV da cana-de-açúcar. Dez, dentre 14 categorias analisadas, mostraram diferenças de 20% a 98% nos resultados de impacto. As principais causas destas diferenças foram: (a) tipos e quantidades diferentes de fertilizantes e pesticidas aportados ao sistema; (b) ocorrência da colheita mecanizada, sem queima;(c) contabilização das emissões de gases de efeito estufa por MUT. Os autores confirmam a importância da regionalização de inventários para a qualidade dos resultados de estudos de ACV.

Ano de publicação: 2016

Tipo de publicação: Artigo em anais e proceedings

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