BRS Ipyporã ("belo começo" em guarani): híbrido de Brachiaria da Embrapa.
BRS Ipyporã ("belo começo" em guarani): híbrido de Brachiaria da Embrapa.
Resumo: O híbrido BRS RB331 Ipyporã é resultado de um cruzamento entre B. ruziziensis e B. brizantha realizado em 1992, na Embrapa Gado de Corte e liberado pela Embrapa em 2017 em parceria com a UNIPASTO, após 13 anos intermitentes de avaliações. É uma planta de porte baixo, prostrado, com colmos delgados de bainhas muito pilosas e folhas pilosas em ambas as faces. As espiguetas são uniseriadas e com pouca ou nenhuma pilosidade. A BRS Ipyporã entra no mercado para suprir a demanda por uma cultivar de Brachiaria de boa produtividade e manejo relativamente fácil, como a cv. Marandu, porém com elevado grau de resistência à cigarrinha da cana do gênero Mahanarva, além de apresentar resistência às cigarrinhas típicas de pastagem dos gêneros Deois e Notozulia, principais insetos-praga de pastagens de braquiária no Brasil. A BRS Ipyporã é bastante semelhante à cv. Marandu quanto ao manejo, formando um relvado mais prostrado e denso, com alta porcentagem de folhas, portanto resultando em excelente cobertura do solo e competição com invasoras. A BRS Ipyporã foi selecionada com base na produtividade, vigor, alta qualidade, adaptação a solos de Cerrados e comportamento frente à cigarrinhas em avaliações na Embrapa Gado de Corte. Nos ensaios de VCU sob corte a BRS Ipyporã apresentou bom desempenho agronômico, com alto teor de folhas e relação folha:colmo, mas sobretudo, maior valor nutritivo que a cultivar Marandu e outras cultivares de B. brizantha. Não apresenta resistência a solos encharcados, portanto não pode ser recomendada para áreas com problemas de drenagem, ou onde haja incidência da síndrome da morte do capim-marandu. No ensaio de VCU sob pastejo no Mato Grosso do Sul, foi comprovado seu potencial para produção animal, especialmente pelo alto valor nutritivo. Os animais mantidos em pastos de capim-ipyporã apresentaram maior ganhos médios diários (GMD) em relação àqueles mantidos em capim-marandu. Apresentou ainda boa capacidade de suporte, bom desempenho na época seca e facilidade de manejo. A carência de cultivares adaptadas a solos de média fertilidade, com bom valor nutritivo e com resistência à cigarrinha Mahanarva faz dessa cultivar uma importante alternativa para diversificar áreas hoje plantadas unicamente com as cvs. Marandu, Xaraés e BRS Piatã. O excelente ganho de peso vivo por animal e por área apresentado pela BRS Ipyporã no ensaio de VCU sob pastejo associado ao alto valor nutritivo da forragem disponível, faz dessa cultivar uma forrageira recomendada para a diversificar os sistemas de produção de bovinos de corte, resultando em maior desempenho por animal, e consequentemente, reduzindo a idade de abate. Como consequência, tem-se carne de melhor qualidade e menor emissão de gases de efeito estufa, isto é, um sistema de produção mais sustentável. Pode ainda ser recomendada para as categorias de exigência nutricional mais elevada, tais como bezerros desmamados, vacas em terço final de gestação e em lactação.
Ano de publicação: 2017
Tipo de publicação: Folhetos
Unidade: Embrapa Gado de Corte
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