Produção e sazonalidade das principais espécies capturadas pela pesca artesanal no rio Araguaia/TO.
Produção e sazonalidade das principais espécies capturadas pela pesca artesanal no rio Araguaia/TO.
Resumo: O rio Araguaia compõe, junto com o Rio Tocantins, a segunda maior bacia hidrográfica do Brasil e é de grande importância para os biomas Cerrado e Amazônico. Uma das principais atividades ocorrentes na sua calha é a pesca artesanal, a qual provê trabalho, renda, segurança alimentar e identidade cultural para milhares de famílias ribeirinhas. Um dos principais desafios enfrentados pela pesca artesanal é a falta de informação básica a respeito da produção e sazonalidade das espécies capturadas. A estatística oficial não detalha a produção por município, por espécies, tampouco avalia a sazonalidade e valor de comercialização da produção. Este artigo visa descrever a produção e a sazonalidade das principais espécies capturadas no médio rio Araguaia, visando principalmente subsidiar novas propostas de gestão. Foram utilizados dados de produção mensal (entre março e outubro) cedidos pela então Superintendência Federal do Ministério da Pesca e Aquicultura-TO (SFPA), dos anos de 2013 e 2014, contemplando 11 municípios tocantinenses às margens do Araguaia. As principais espécies capturadas neste período, por ordem de produção, foram Pacu (Myleus spp.), Curimatá (Prochilodus spp.), Piau (Leporinus spp.), Tucunaré (Cichla spp.), Corvina (Plagioscion spp.), Branquinha (Curimata spp.), Cachorra (Hydrolycus spp.), Piranha (Serrasalmus spp.), Acará (Cichlasoma spp.), Fidalgo (Ageneiosus brevifilis) e Avoador (Hemiodus sp). Juntas, estas espécies representaram mais de 84% da produção no período analisado. A fragilidade dos dados em não refletir as informações de desembarque, e sim de ato declaratório da produção, resulta em poucas assertivas sobre a sazonalidade das capturas. No entanto, a série histórica indica um padrão de para algumas espécies como o Piau, Pacu e Avoador. Outra observação foi a sinonímia entre nomes populares dados a um mesmo peixe, na qual sugere-se mais capacitação científica em taxonomia e ajustes de vocabulário nas comunidades ribeirinhas. Como ação mais importante, recomenda-se a criação e manutenção de um plano de monitoramento de desembarque como política de estado, que contemple a calha do rio Araguaia em toda sua extensão, acompanhando principalmente a produção e o esforço das principais pescarias ocorrentes nesta bacia hidrográfica.
Ano de publicação: 2017
Tipo de publicação: Folhetos
Unidade: Embrapa Pesca e Aquicultura
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