A rotação de culturas no SPD pode ser garantia de maior lucratividade.

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Autoria: REIS, J. C. dos; KAMOI, M. Y. T.; MICHETTI, M.; SPERA, S. T.; WRUCK, F. J.; MATOS, E. da S.

Resumo: Aliar aumentos constantes de produtividade com preservação e recuperação ambiental é o atual desafio da atividade agropecuária. A crescente demanda por alimentos, o aprofundamento das discussões referentes aos impactos ambientais e a valorização da sustentabilidade da produção colocam em xeque o atual modo de produção baseado em atividades intensivas em capital, pouco diversificadas, e que, apesar de terem contribuído com o aumento da produtividade, revelaram como contrapartida altos índices de degradação ambiental, associado a perdas de fertilidade e de capacidade produtiva. Nesse cenário, o Sistema Plantio Direto (SPD) tem ganhado cada vez mais espaço junto ao setor produtivo, sendo também uma das principais tecnologias apoiadas pelo Governo Federal para a promoção de um modelo de agricultura sustentável no país. O primeiro fator que influenciou o produtor rural brasileiro a adotar o SPD foi o controle da erosão hídrica. Porém, foi a redução de custos e do tempo operacional, ampliando o intervalo de semeadura entre a safra e a safrinha (ou safra de inverno e safra de verão no sul do Brasil) ao suprimir as operações de revolvimento do solo ou de gradagem para incorporar os restos da cultura anterior ou as plantas daninhas e voluntárias, que permitiram o aprofundamento na utilização dessa estratégia de produção. Na década de 80, o custo do manejo mecânico do solo com preparo convencional representava pelo menos o dobro desse custo no SPD. Ainda, o desenvolvimento de semeadoras de melhor desempenho para semeadura direta também favoreceu a expansão do SPD. Por fim, o desenvolvimento de moléculas de herbicidas mais eficientes, a partir do fim dos anos 1980, favoreceu a disseminação do SPD em todas as regiões agrícolas relevantes do Brasil, uma vez que o manejo das plantas invasoras se tornou mais eficiente e de custo compatível. Assim, a área do Brasil manejada com SPD expandiu de 1 milhão de hectares na safra 1990/1991 para 32 milhões de hectares na safra de 2011/2012 (Febrapdp, 2016). Nos estados do Centro-Oeste, as lavouras de soja, na primeira safra, e milho na segunda safra têm sido cultivadas em sucessão, raramente com a intercalação de outra espécie cultivada. O principal motivo apontado por produtores e analistas é a falta de viabilidade econômica de outras culturas em cultivo de primeira safra.

Ano de publicação: 2019

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