Aproveitamento de coproduto da indústria sucroalcooleira na preparação de bioaditivos para combustíveis de aviação.
Aproveitamento de coproduto da indústria sucroalcooleira na preparação de bioaditivos para combustíveis de aviação.
Autoria: BAUMI, J.; BERTOSSE, C. M.; SOARES, I. P.; GUEDES, C. L. B.
Resumo: Este trabalho teve como objetivo obter álcoois derivados do óleo fúsel, coproduto da indústria sucroalcooleira, visando à preparação de bioaditivos com potencial de serem utilizados em mistura com o querosene (QAV-1) e a gasolina de aviação (GAV 100LL). O óleo fúsel fornecido pelas indústrias USIBAN de Bandeirantes, PR e a USAÇÚCAR de Maringá, PR passaram por destilação fracionada onde foram detectados dois componentes majoritários: álcool isoamílico (76,3% e 91,6%) e álcool isobutílico (13,7% e 5,4%) com teores de água de aproximadamente 8,2 e 12,9%, respectivamente. A partir destes álcoois superiores ao etanol considerando-se a quantidade de átomos na cadeia foram preparados os bioaditivos: O bioaditivo A (2-isopropil-5-metil-2-hexen-1-ol); o bioaditivo B (Éter isoamílico), bioadivido C (Isovalerato de metila) e bioaditivo D (Isobutirato de metila) com rendimento de 60%, 85%, 96% e 95%, respectivamente. Em todas as rotas de síntese foram testados solventes e reagentes que pudessem atender aos princípios da química verde. Os Bioaditivos A e B, álcool e éter, foram misturados a 3,5 e 10% no querosene, e os Bioaditivos C e D, ésteres, a 5% e 10% na gasolina de aviação. De acordo com os resultados dos ensaios estabelecidos pela resolução ANP n°37 de 2015, as misturas do querosene com os bioaditivos A e B apresentaram características semelhantes ao querosene comercial QAV-1. As misturas apresentaram massa específica (< 0,8 g cm-3); ponto de fulgor (>40°C); ponto de congelamento (<-58°C), poder calorífico (> 42 MJ kg-1), viscosidade cinemática (< 2cS) e corrosividade ao cobre (1a). Houve uma melhora na fluidez do querosene a baixas temperaturas em decorrência da adição do bioaditivos B, além de baixar o risco de corrosão do combustível ao cobre. As misturas da gasolina de aviação com os bioaditivos C e D seguiram a mesma tendência da gasolina comercial (GAV 100LL) quando submetidas aos ensaios especificados pela resolução ANP n°5 de 2015, como exemplo, o ponto de congelamento (< -58°C), poder calorífico (>43,5 MJ kg-1), massa específica (< 0,8 g cm-3), corrosividade ao cobre (1a) e curva de destilação. Os valores calculados através da curva de destilação indicaram que os bioaditivos C e D favorecem a fração mais leve e volátil do combustível, o que melhora o desempenho do motor durante a fase de aquecimento, favorecendo a diminuição das emissões gasosas e de materiais particulados no ar atmosférico.
Ano de publicação: 2019
Tipo de publicação: Resumo em anais e proceedings
Unidade: Embrapa Agroenergia
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