Espacialização da abundância e riqueza de vespas em São José da Boa Morte, RJ.
Espacialização da abundância e riqueza de vespas em São José da Boa Morte, RJ.
Autoria: UZEDA, M. C.; FIDALGO, E. C. C.; ALVES, R. C.; WILLMER, J. N. G.
Resumo: A biodiversidade desempenha um papel significativo no provimento dos serviços ambientais importantes para a produção agrícola, como a polinização das culturas agrícolas e o controle biológico de pragas que atacam essas culturas. As vespas sociais (Hymenoptera, Vespidae) desempenham funções ecológicas, entre elas de polinizadores e inimigos naturais, imprescindíveis nos ecossistemas naturais e também nos agroecossistemas. Considerando que a estrutura da paisagem agrícola é um dos fatores que influi na riqueza de espécies e na abundância de indivíduos de vespas, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de identificar como essas relações ocorrem em unidades de cultivo do Assentamento São José da Boa Morte, em Cachoeiras de Macacu, RJ, e espacializar as estimativas de abundância e riqueza de vespas. A avaliação da comunidade de vespas foi realizada em unidades de cultivo, onde foram levantadas e analisadas as práticas agrícolas empregadas e, em seu entorno, foi analisada a paisagem utilizando-se métricas para caracterizá-la. Modelos lineares generalizados (GLMs) foram construídos e testados para identificar as equações que melhor explicavam o padrão de abundância e riqueza da comunidade de vespas encontradas a partir dos dados levantados. A partir desses modelos, estimativas de abundância e riqueza foram espacializadas para toda a área de estudo. Os resultados mostram que os maiores valores de abundância e riqueza de vespas se encontram em áreas mais próximas aos fragmentos de vegetação natural de maior extensão, embora a abundância também seja influenciada pela cobertura vegetal no entorno. Os valores máximos de abundância e riqueza encontrados a partir dos modelos quando espacializados (4 indivíduos e 2 espécies, respectivamente) se apresentam menores do que aqueles obtidos em campo, onde o maior resultado obtido chegou a 81 indivíduos distribuídos entre 8 espécies. Essas diferenças se devem, em parte, à generalização do valor médio do uso de agrotóxico adotado. A distribuição espacial da abundância forma um gradiente, sendo maior na presença de cobertura vegetal e de fragmentos de maior porte. A riqueza de espécies, por sua vez, alcança valor máximo no entorno dos fragmentos mais extensos, que se encontram concentrados em uma porção do assentamento. Os resultados indicam que atitudes voltadas ao resgate da resiliência no assentamento devem passar não só por ações de recuperação da vegetação nativa nas áreas mais antropizadas do assentamento, mas também por intensificação da conexão dessas áreas com as áreas que abrigam maiores fragmentos, estimulando o processo de recolonização.
Ano de publicação: 2021
Tipo de publicação: Folhetos
Unidade: Embrapa Solos
Palavras-chave: Agroecossistemas, Assentamento, Biodiversidade, Ecossistema, Mata Atlântica, Resiliência, Serviços Ecossistêmicos, Vespa
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