Comparação de métodos para avaliação de cobertura de copas arbóreas em experimento de recomposição de reserva legal na Amazônia meridional mato-grossense.
Comparação de métodos para avaliação de cobertura de copas arbóreas em experimento de recomposição de reserva legal na Amazônia meridional mato-grossense.
Autoria: ABREU, L. J. F. L. de; ISERNHAGEN, I.
Resumo: A avaliação periódica de indicadores ambientais é parte essencial do processo de restauração ecológica, não somente para subsidiar eventuais correções na trajetória de sucessão secundária como também para verificação do atendimento da legislação ambiental. No estado de Mato Grosso, por exemplo, as áreas em restauração florestal devem alcançar metas ligadas à cobertura de copas e à riqueza e densidade de regenerantes naturais. Com o intuito de verificar o alcance dessas metas, notadamente a de cobertura de copas, foi aplicado o protocolo de monitoramento preconizado pela SEMA, MT em experimento de recomposição de Reserva Legal implantado na Embrapa Agrossilvipastoril, Sinop, MT, em dezembro de 2012. Quatro tratamentos com plantio de mudas em diferentes conformações foram avaliados em janeiro de 2021 (8 anos de implantação), cada um com quatro repetições de 0,48 ha cada: T1) consórcio de mudas nativas com eucaliptos; T2) consórcio de mudas nativas com arranjo de seringueiras/açaí; T3) mudas nativas; T7) mudas nativas, sem ações de manejo de condução (desramas e desbastes, ação já iniciada nos T1, T2 e T3). Em cada repetição foram alocadas 3 faixas de 25 m x 2 m (12 por tratamento, ao todo), todas diagonais às linhas de plantio, onde a cada metro era avaliada a presença ou não de cobertura de copas. Complementarmente foram utilizados quatro aplicativos de celulares (GLAMA Aplication®, Canopy Capture®, Canopy App® e Canopy Cover Free®) e também o densiômetro de copa, de forma a comparar os métodos. Em T1 foram encontradas grandes desvios-padrão para todos os métodos (entre 6%-22%), possivelmente devido à sensibilidade maior dos quatro aplicativos e do densiômetro de copa às clareiras geradas pelo desbaste ou morte de eucaliptos. Além disso, esses métodos não distinguem exóticas de nativas, dificultando a aferição do alcance das metas estabelecidas em lei (80% de cobertura de nativas). Entre os outros tratamentos (só com nativas), o protocolo da SEMA, MT apresentou coberturas totais médias de 97±6%, enquanto o GLAMA apresentou 87±3%, Canopy Capture 83±6%, Canopy Cover Free 82±7%, densiômetro 73±6% e Canopy APP 62±16%. Embora os aplicativos agilizem o trabalho de campo, a sensibilidade deles às clareiras e a dificuldade de distinção entre nativas e exóticas precisa ser melhorada. Para o densiômetro de copa recomenda-se que apenas um operador faça as leituras, dada subjetividade na leitura da cobertura de copas. Para atender a legislação, o protocolo da SEMA, MT ainda é o mais apropriado.
Ano de publicação: 2021
Tipo de publicação: Resumo em anais e proceedings
Unidade: Embrapa Agrossilvipastoril
Palavras-chave: Amazonia Meridional, Açaí, Ecologia Florestal, Eucalipto, Manejo, Recomposição, Recurso Florestal, Reflorestamento, Reserva legal, Seringueira, Sinop-MT
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