Estabelecimento inicial de espécies arbóreas em área experimental de recomposição de reserva legal na Amazônia meridional mato-grossense.
Estabelecimento inicial de espécies arbóreas em área experimental de recomposição de reserva legal na Amazônia meridional mato-grossense.
Autoria: ABREU, L. J. F. L. de; ISERNHAGEN, I.
Resumo: Não existem muitas referências técnicas de recomposição de ecossistemas florestais na região centro-norte mato-grossense, o que dificulta a regularização ambiental pelos produtores rurais. Para auxiliar a sanar essa lacuna foi instalado experimento na Embrapa Agrossilvipastoril, Sinop, MT, em dezembro de 2012, onde 16 espécies nativas regionais de múltiplos usos e uma exótica foram consorciadas em sete tratamentos delineados em quatro repetições de 0,48 ha, em blocos casualizados, sendo aqui analisados apenas quatro: T1) consórcio de mudas de nativas com eucaliptos; T2) consórcio de mudas de nativas com arranjo de seringueiras/açaí; T3) mudas de nativas; T4) mudas de nativas, sem ações de manejo de condução (desramas e desbastes, ação já iniciada nos T1, T2 e T3). Entre setembro de 2020 e janeiro de 2021 foram realizadas avaliações de sobrevivência, além de mensuração de alturas e diâmetros à altura do peito (DAP) de todos os indivíduos arbóreos, sendo essa última variável convertida em área basal (m² ha-1). A medição de altura foi feita através de estimativas, a partir de calibração prévia com equipamento Vertex®. Os resultados, após oito anos de instalação, indicam não haver diferença de sobrevivência entre os tratamentos, sendo a média geral de 61,55 ±8,43%. As espécies com taxas de sobrevivência mais elevadas, no geral, foram Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O.Grose (Ipê-amarelo) (98,11%), Cordia glabrata (Mart.) A.DC. (Louro-Preto) (97,16%), Hymenaea courbaril L. (Jatobá) (93,08%) e Parkia platycephala Benth. (Angelim-saia) (91,85%), enquanto Euterpe oleracea Mart. (açaí) e Calophyllum brasiliense Cambess. (guanandi) tiveram 100% de mortalidade. A mortalidade dos açaís pode ter sido um dos motivos para que o T2 tenha apresentado a mais baixa área basal, com 9,63±0,48 m²/ha, superada por T3 (13,14±1,95 m² ha-1) e T7 (13,98±1,04 m² ha-1), mas todos sem diferença para T1 (13,09±5,01 m² ha-1 ? tratamento com elevada mortalidade de eucaliptos causada por ataques de formigas cortadeiras). As espécies nativas com maiores contribuições tanto para os valores de área basal como para a variável altura foram P. platycephala, Cecropia spp. e Bellucia grossularioides (L.) Triana. Essas espécies, na atual fase do experimento, constituem importante componente no estrato superior da comunidade florestal em restauração, com valores médios de altura superiores a 10 m e áreas basais médias entre 0,03 a 0,04 m² por indivíduo, tendo sido utilizadas como atrativas de fauna ou para recobrimento do solo.
Ano de publicação: 2021
Tipo de publicação: Resumo em anais e proceedings
Unidade: Embrapa Agrossilvipastoril
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