Contaminação de solos em vinhedos e pomares: valores de referência no solo e em plantas e estratégias de mitigação.

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Autoria: MARQUES, A. C. R.; TIECHER, T. L.; CONTI, L. de; SILVA, I. C. B. S.; TRENTIN, E.; MARCHEZAN, C.; MIOTTO, A.; GIROTTO, E.; FERREIRA, P. A. A.; LOURENZI, C. R.; MELO, G. W. B. de; CERETTA, C. A.; BRUNETTO, G.

Resumo: As frequentes aplicações de fungicidas com Cu ou Zn em pomares e vinhedos têm levado ao acúmulo desses metais nos solos. Embora essenciais em processos fisiológicos de plantas, o excesso desses metais pesados no solo e nos tecidos vegetais pode provocar fitotoxidez. Plantas de videiras jovens apresentaram redução de 50% no rendimento relativo da produção de matéria seca da parte aérea com teores disponíveis de 37 mg Cu kt no solo, e diminuição de 25% no rendimento relativo da parte aérea de plantas de aveia preta na presença de teores de Cu disponível no solo de 42 mg Cu kg'. No caso do Zn, há relato de diminuição de 50% no rendimento relativo da produção de matéria seca e videiras jovens em solo com teores disponíveis de Zn de 116,5 mg kg·1. Entretanto, no caso de aveia preta, teores de Zn disponíveis de até 142 mg Zn kg·1não causaram redução na produção de matéria seca da parte aérea, apenas com teores disponíveis acima de 142 mg Zn kg·1. Entretanto, análise dos teores deve ser feito, considerando as características do solo e isso porque solos com maiores teores de argila e matéria orgânica são capazes de adsorver elementos como Cu e Zn com tal energia que diminuem sua disponibilidade e, por consequência, a possibilidade de ocorrência de fitotoxidez às frutíferas e plantas de cobertura. Do ponto de vista de cultivo, algumas estratégias empregadas, como a aplicação de amenizantes como calcário e fertilizantes fosfatados, alteram o pH e reduzem a disponibilidade de metais no solo, além da adição de materiais orgânicos, que auxiliam na adsorção e imobilização de metais nos grupos químicos -COO·. Outra estratégia, a inoculação de fungos micorrízicos arbusculares, atenuam a transferência dos metais para as plantas pela absorção e compartirnentalização dos elementos tóxicos em hifas e esporos. Essas alternativas podem ser combinadas com algumas técnicas de fitorremediação, como a fito extração e a fitoestabilização. Na primeira, o metal é absorvido do solo, translocado para parte aérea, que é posteriormente colhida e removida do local. Na segunda, o metal é imobilizado pela absorção e complexação na biomassa radicular ou quelado na rizosfera em ácidos orgânicos e outras moléculas exsudadas pelas raízes e microrganismos. Essas temáticas serão abordadas de forma mais ampla durante esse capítulo.

Ano de publicação: 2020

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