Caracterização do bagaço do suco integral de uva visando aplicação para obtenção de nanopartículas de prata.
Caracterização do bagaço do suco integral de uva visando aplicação para obtenção de nanopartículas de prata.
Autoria: CARVALHO, L.; BARROS, H. E. A. de; CARVALHO, E. E. N.; OLIVEIRA, J. E. de; MARTINS, M. A.
Resumo: A produção de suco de uva integral gera resíduos, como o bagaço, que podem ser usados como subprodutos para outras aplicações. O bagaço da uva gerado, mesmo depois de submetido a aquecimento, pode ser aproveitado devido à alta concentração de compostos bioativos. Dentro deste contexto, este estudo objetivou a caracterização do resíduo de suco de uva integral, doado por um produtor do sul de Minas Gerais, visando futura aplicação na síntese verde de nanopartículas de prata. O método oficial da AOAC foi empregado na determinação da composição centesimal, quantificando a concentração de umidade, lipídio, proteína, fibra, cinza e fração glicídica. Os compostos bioativos e a capacidade antioxidante foram determinados pelos métodos de branqueamento ABTS, fosfomolibdênio e ?- caroteno. As análises foram feitas para o resíduo in natura e seco, o qual passou por processo de secagem em estufa a 60 ºC até massa constante para posterior moagem e obtenção da amostra de bagaço em pó. Para a determinação gravimétrica do teor de umidade, as amostras foram colocadas na estufa a 105 ºC até massa constante. Para os lipídios, foi empregado o método de extrato etéreo Soxhlet a 75 ºC por 2h. As amostras secas e desengorduradas foram usadas para a determinação de proteína bruta através do processo de digestão de Kjeldahl que quantifica o teor de nitrogênio. Este processo se divide em três fases: digestão, a 400 ºC até que a amostra se torne incolor; destilação, com hidróxido de sódio (NaOH); e titulação, com ácido clorídrico (HCl). A fibra bruta foi quantificada pelo método gravimétrico de Weende, onde a amostra é digerida em meio ácido. Por fim, as cinzas foram determinadas por gravimetria após incineração a 550 ºC até a queima de toda matéria orgânica. A fração glicídica, porção carboidrática do alimento, foi determinada pela diferença dos resultados obtidos. O teor de umidade, lipídio, proteína bruta, fibra bruta, cinza e carboidrato foram, respectivamente, 73,36%; 1,35%; 1,71%; 3,02%; 2,26%; 18,29%, para as amostras in natura. Sendo, respectivamente, 18,82%; 4,74%; 10,43%; 18,82%; 2,05%; 57,30%, para o bagaço em pó. A atividade antioxidante para o extrato in natura e bagaço em pó foi de 201,01±15,88 e 628,64±26,04 mM Trolox.g-1 de amostra pelo método ABTS; 5,51±0,09 e 80,25±6,42 g EAA.100 g-1 pelo fosfomolibdênio em equivalentes de ácido ascórbico por grama de amostra; e 81,02 e 80,40 % de proteção ?-caroteno, respectivamente. Os compostos fenólicos foram determinados pelo método de Folin-Ciocalteu em equivalentes de ácido gálico, resultando em 55,02±1,72 mg EAG.100 g-1 para a amostra in natura e 161,54±14,04 para o bagaço em pó. Os resultados apresentaram altas concentrações de compostos fenólicos e antioxidantes, características promissoras para a aplicação na síntese e no desenvolvimento de biomateriais como nanopartículas na rota verde.
Ano de publicação: 2022
Tipo de publicação: Resumo em anais e proceedings
Unidade: Embrapa Instrumentação
Palavras-chave: Agroindústria, Compostos fenólicos, Nanomateriais
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