Obtenção e caracterização de cutina a partir de resíduos de agroindústrias e produção de filmes.

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Autoria: MANGIATERRA, L. D.; MANRICH, A.; MATTOSO, L. H. C.; MARTINS, M. A.

Resumo: A pressão da sociedade principalmente em relação à preservação do meio ambiente, diminuição de resíduos poluentes e redução de utilização de materiais oriundos do petróleo tem levado à busca de materiais biodegradáveis produzidos a partir de fontes renováveis. Além disso, a exploração de biomateriais como polissacarídeos, proteínas e lipídeos, entre outros, para a substituição de plásticos, filmes e embalagens pode colaborar com a diminuição do volume de resíduos agroindustriais descartados e também agregar valor a eles, visto que muitos desses biomateriais podem ser obtidos de resíduos. A cutina, por exemplo, é um biopoliéster de caráter hidrofóbico, que compõe a parte externa de frutos, como a pele de tomate, importante resíduo da indústria de produção de molhos prontos. Outro exemplo é a proteína de ervilha que já foi estudada para a produção de filmes biodegradáveis, e, apesar de apresentar boa barreira a gases, apresentou baixa propriedade de resistência à água. Neste trabalho, foi realizada a extração e caracterização de cutina obtida a partir de resíduos agrícolas da indústria de processamento de tomate. Foram também produzidos filmes de proteína de ervilha isolada com adição da cutina extraída, para melhorar a propriedade de hidrofobicidade dos filmes. Como metodologia, foi utilizada a laminação por casting contínuo, e adição de agente plastificante para a melhoria das propriedades mecânicas dos filmes. Os filmes foram caracterizados por espectroscopia na região do infravermelho (FTIR), calorimetria exploratória diferencial (DSC), e termogravimetria (TG/DTG). A extração da cutina a partir da casca de tomate foi realizada com êxito, obtendo um rendimento de 20% em massa. A cutina apresentou espectro de FTIR característico a seus componentes, evidenciando bandas de lipídeos e de carboidratos. A partir dos resultados de TG, observou que a cutina do tomate é termicamente estável até cerca de 200 °C, e que a partir desta temperatura, três etapas de perda de massa foram observadas, as quais apresentaram taxas máximas de perda de massa em aproximadamente 390, 469 e 546 °C. Além de não apresentar segunda, relacionada às ceras. Apoio financeiro: PIBIC/CNPq (Processo: 126815/2021-6), Embrapa, Rede AgroNano,MCTI/SisNANO. Área: Engenharias Palavras-chave: hidrofobicidade, biopolímeros, resíduos agrícolas. Número Cadastro SisGen: Não se aplica. A pressão da sociedade principalmente em relação à preservação do meio ambiente, diminuição de resíduos poluentes e redução de utilização de materiais oriundos do petróleo tem levado à busca de materiais biodegradáveis produzidos a partir de fontes renováveis. Além disso, a exploração de biomateriais como polissacarídeos, proteínas e lipídeos, entre outros, para a substituição de plásticos, filmes e embalagens pode colaborar com a diminuição do volume de resíduos agroindustriais descartados e também agregar valor a eles, visto que muitos desses biomateriais podem ser obtidos de resíduos. A cutina, por exemplo, é um biopoliéster de caráter hidrofóbico, que compõe a parte externa de frutos, como a pele de tomate, importante resíduo da indústria de produção de molhos prontos.Outro exemplo é a proteína de ervilha que já foi estudada para a produção de filmes biodegradáveis, e, apesar de apresentar boa barreira a gases, apresentou baixa propriedade de resistência à água. Neste trabalho, foi realizada a extração e caracterização de cutina obtida a partir de resíduos agrícolas da indústria de processamento de tomate. Foram também produzidos filmes de proteína de ervilha isolada com adição da cutina extraída, para melhorar a propriedade de hidrofobicidade dos filmes. Como metodologia, foi utilizada a laminação por casting contínuo, e adição de agente plastificante para a melhoria das propriedades mecânicas dos filmes. Os filmes foram caracterizados por espectroscopia na região do infravermelho (FTIR), calorimetria exploratória diferencial (DSC), e termogravimetria (TG/DTG). A partir dos resultados de TG, observou que a cutina do tomate é termicamente estável até cerca de 200 °C, e que a partir desta temperatura, três etapas de perda de massa foram observadas, as quais apresentaram taxas máximas de perda de massa em aproximadamente 390, 469 e 546 °C. Além de não apresentar perda de massa em temperaturas abaixo de 100 ºC, corroborando com seu caráter hidrofóbico, ou seja, não liberação de voláteis. Os resultados de DSC mostraram duas transições vítreas, uma característica às mudanças conformacionais da cadeia de metileno e a segunda, relacionada às ceras. fdFilmes feitos de proteína de ervilha e cutina foram processáveis com 10% e 20% em massa de glicerol. Resultados indicaram que a concentração de plastificante de 20% (m/m) em relação ao teor de sólidos favorece as propriedades dos filmes. Porém, não foi possível produzir filmes com concentração de plastificante acima de 20% por casting contínuo. Os resultados se mostraram promissores para a utilização da cutina obtida do tomate.

Ano de publicação: 2022

Tipo de publicação: Resumo em anais e proceedings

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