Controle de cultivares de algodoeiro de diferentes biotecnologias com herbicidas registrados para a cultura da soja em pré-emergência.

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Resumo: O controle de algodoeiro voluntário no sistema sucessivo soja-algodão é uma prática importante e obrigatória haja vista a legislação que regulamenta o vazio sanitário do algodoeiro para prevenir infestações de insetos-praga e doenças que acometem a fibrosa, e evitar perdas de produtividade da oleaginosa devido a competição interespecífica. Diante disso, objetivou-se neste estudo avaliar o controle de cultivares de algodoeiro de diferentes biotecnologias com herbicidas registrados para a cultura da soja em pré-emergência, considerando-se a hipótese de haver sensibilidade diferencial às moléculas. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, sendo as parcelas compostas por vasos de 5,5 L preenchidos com solo argiloso (46% de argila, 2,3% de M.O. e pH em água de 5,5) de modo a emergir sete plântulas cada. O delineamento experimental foi em blocos cazualizados com quatro repetições, em arranjo fatorial 6x6, com seis cultivares: TMG 81 WS, TMG 62 RF, TMG 44 B2RF, FM 944 GL, FM 954 GLT e FM 985 GLTP e seis tratamentos herbicidas (g ha-1): 1. testemunha sem aplicação, 2. [imazethapyr+flumioxazin] (100+50), 3. metribuzin (384), 4. metribuzin+chlorimuron-ethyl (384+15), 5. metribuzin+imazethapyr (384+50) e 6. sulfentrazone (175). Realizou-se avaliações de número de plantas por parcela relativa (NP) e controle visual (%) aos 7, 14 e 28 dias após a aplicação (DAA), e de massa seca de parte aérea relativa (MSPA) das plantas aos 28 DAA. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05). Em relação ao NP, aos 7 DAA houve somente efeito isolado do fator cultivar, no qual FM 944 GL, FM 954 GLT e FM 985 GLTP apresentaram NP estatisticamente maior que TMG 81 WS e TMG 44 B2RF, provavelmente devido ao maior vigor das sementes. Contudo, nas avaliações seguintes houve interação entre os fatores herbicida e cultivar, onde os tratamentos 3 e 4 reduziram significativamente o NP de todas as cultivares. Aos 14 DAA, o tratamento 5 também reduziu o NP da FM 985 GLTP e, aos 28 DAA, os tratamentos 3, 4 e 5 reduziram o NP de todas as cultivares, exceto da TMG 62 RF com o tratamento 5. Adicionalmente, aos 28 DAA, o tratamento 2 reduziu o NP da TMG 44 B2RF. Portanto, os tratamentos 3 e 4 foram melhores em relação aos demais, com NP sempre ≤ 12,9%. No que concerne ao controle, aos 7 DAA houve apenas efeito do fator herbicida, com todos os tratamentos diferendo significativamente da testemunha sem aplicação, exceto o 3. O maior controle ocorreu com o tratamento 2 (16,1%), que foi estatisticamente superior as demais. Aos 14 e 28 DAA também não houve interação entre os fatores cultivar e herbicida, havendo apenas efeitos dos fatores isolados. Assim, os tratamentos 3 e 4 promoveram controle significativamente maior que os demais considerando todas as cultivares, com notas de 97,3% e 92,1%, respectivamente, aos 28 DAA. Em média, FM 944 GL e FM 985 GLTP apresentaram controle estatisticamente maior que TMG 81 WS e TMG 62 RF aos 14 DAA, porém essa diferença significativa permaneceu apenas entre FM 944 GL e TMG 62 RF aos 28 DAA. Por fim, para a variável MSPA, também houve somente efeito dos fatores isolados, no qual os tratamentos 3 e 4 resultaram em 7,1% e 12,9% de MSPA, respectivamente. Já as cultivares FM 944 GL e FM 985 GLTP apresentaram, em média, MSPA menor que TMG 81 WS, TMG 62 RF e TMG 44 B2RF. Conclui-se que os tratamentos com metribuzin isolado e associado com chlorimuron-ethyl são os mais indicados para controle de algodoeiro voluntário independente da cultivar e que não há sensibilidade diferencial das cultivares às moléculas herbicidas.

Ano de publicação: 2022

Unidade: Embrapa Algodão

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