Índice multiatributo para métricas de biodiversidade bentônica em áreas de aquicultura: ensaios em reservatórios do sudeste brasileiro.

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Autoria: SILVA, M. S. G. M. e; RUOCCO, A. M. C.; RODRIGUES, G. S.; ROSA, A. J. de M.; PORTINHO, J. L.

Resumo: Os reservatórios da região Sudeste se destacam na produção nacional de pescado, e ocupam conjuntamente o 4º lugar entre as regiões brasileiras, representando 17,6% do total produzido. No entanto, para que a aquicultura se consolide como uma atividade sustentável, é necessário que o monitoramento físico-químico e biológico da qualidade da água seja realizado regularmente. A inclusão de organismos bentônicos bioindicadores da qualidade da água e do sedimento em reservatórios é capaz de fornecer um diagnóstico mais completo. O sistema de indicadores APOIA-Aquicultura utiliza um índice multiatributo que integra aspectos ecológicos, físico-químicos e de manejo, facilitando o registro, interpretação e comunicação da sustentabilidade das atividades aquícolas. O presente estudo propõe a inclusão da dimensão ?biodiversidade bentônica? ao conjunto de indicadores do sistema APOIA-Aquicultura. Para tanto, foram utilizadas métricas da estrutura da comunidade bentônica em diferentes áreas produtoras de tilápia do Nilo (O. niloticus) nos reservatórios Ilha Solteira e Chavantes (diferentes volumes de produção), e em duas épocas do ano (inverno e verão). Tais métricas foram avaliadas quanto à sua sensibilidade na detecção de impactos ou mudanças na qualidade da água e dos sedimentos como resultado da atividade aquícola. Os valores médios das métricas foram avaliados em áreas controle (sem produção de peixes) e áreas de produção (áreas com tanques-rede) para pisciculturas com diferentes estados tróficos. O índice integrado da comparação Referência x Tanque, tanto no verão quanto no inverno em Chavantes, foi de 0,27. Já para a piscicultura do Rio Formoso (Ilha Solteira), o índice no verão se mostrou melhor (0,44) que o de inverno (0,38), sendo que algumas das métricas ponderadas para este índice foram: % de Oligochaeta (58,8% menor no verão), e densidade (30,55% menor no verão). Tais resultados apontam que os impactos em Ilha Solteira são de menor alcance que os observados em Chavantes. A maior eutrofização na piscicultura de Chavantes (maior produção, menor espaçamento entre linhas de tanque, pior circulação da água, porcentagem de Oligochaeta de 98,47% no verão), podem explicar o resultado obtido. Além disso, foi observado que no verão há tendência de melhor resiliência na comunidade bentônica, segundo os indicadores de biodiversidade. De modo geral, conclui-se que as métricas bentônicas apresentaram boa sensibilidade para detectar as diferenças entre áreas controle e de produção, bem como entre estações do ano, podendo ser incluídas no sistema APOIA-Aquicultura.

Ano de publicação: 2023

Tipo de publicação: Resumo em anais e proceedings

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