Autoria: DIAS, P. de S.; MEURER, F.; LOSEKANN, M. E.; QUEIROZ, J. F. de; ISHIKAWA, M. M.

Resumo: A Epistilíase é uma patologia frequente em peixes de cultivo, principalmente em tilápiasno Brasil, causada pelo protozoário ciliado, colonial, séssil Epistylis spp., pertencente ao grupo dossessilina. São peritríquios, que se alimentam das partículas em suspensão na água, através doprocessos de filtração, é considerado como um patógeno emergente nas pisciculturas e geralmente,está associado a surtos de infeção bacteriológica, ocasionando grande número de mortalidade empeixes. Um manejo inadequado dos animais, com alta densidade de estocagem e uma má qualidadede água são fatores primordiais para proliferação deste parasita, consequentemente, afetando odesequilíbrio na relação de comensalismo. Neste relato, 256 juvenis de tilápia do Nilo (11,15 ±7,63g), foram adquiridos de piscicultura comercial e transportados para o Laboratório deAquicultura e Ecotoxicologia da Embrapa Meio Ambiente na unidade de Jaguariúna/SP (LAE). Naquarentena, os animais foram distribuídos em um tanque-rede que ficava dentro de uma caixa de 2.000L ligada a outra caixa de 2.000L e um biofiltro de 250L. Após 20 dias os animais foramdistribuídos em 16 aquários. Os parâmetros da qualidade da água estiveram dentro do confortotérmico para tilápia, porém houve uma oscilação de ± 2ºC da quarentena para o aquários, 3 diasapós o manejo os animais começaram a apresentar sinais clínicos de possível contaminação, os 5animais mais debilitados, foram eutanasiados (bezocaína 200mg/L) para realização de necropsia,realizado alguns raspados nas lesões pele e nadadeiras para visualização em microscopia para odiagnóstico. A maioria dos animais apresentava lesões como ulcerações e hemorragias nasnadadeiras, além de erosões e perda de escama pelo corpo, principalmente na dorsal. O diagnósticofoi de contaminação de epistilíase acompanhado de infecção secundária de bactéria gram-negativa.O tratamento preconizado foi minimizar o estresse nos animais, pois estavam bem debilitados,desta forma, o tratamento foi adaptado para o sistema onde os animais estavam alocados. Aplicou-se a solução 1 (3g verde malaquita + 2000 mL formaldeído) distribuído na água do sistema decriação, após 24h foi aplicada a solução 2 (1g verde malaquita + 1000 mL formaldeído), após 4horas da aplicação da solução 2 foi aplicado ao sistema 1g de verde malaquita, após 48h daaplicação da solução 2, foi aplicada novamente a solução 2, ou seja, ao final foi realizado 1 vezdosagem da solução 1, e 2 vezes da solução 2. Após 24h da última aplicação foi feita a troca de4.000L água do sistema, após 48h uma troca de 8.000L e depois de 72h a última troca de mais8.000L. Ao final do tratamento a infecção foi controlada e não houve mortalidade. O presentetratamento foi eficiente mesmo sem a necessidade de retirada dos peixes do sistema para arealização de banhos em água com agentes antiparasitários e antibacterianos, o que poderia agravaros sinais clínicos nos peixes pelo estresse e aumentar a mortalidade dos mesmos. Dessa forma,conclui-se que o tratamento proposto foi eficiente contra a infestação por Epistylis spp.acompanhado de infecções secundárias por bactérias em juvenis de tilápia do Nilo.

Ano de publicação: 2023

Tipo de publicação: Resumo em anais e proceedings

Unidade: Embrapa Meio Ambiente

Palavras-chave: Manejo, Oreochromis Niloticus, Pathogens, Patógeno, Sanidade