Semeadura direta de progênies de Dipteryx alata Vogel (Fabaceae) em condições de campo: crescimento e sobrevivência.
Semeadura direta de progênies de Dipteryx alata Vogel (Fabaceae) em condições de campo: crescimento e sobrevivência.
Autoria: AQUINO, F. de G.; GONCALVES, H. M.; CARVALHO, M. A.; DURÃES, N.; MALAQUIAS, J. V.
Resumo: A espécie arbórea nativa do bioma Cerrado Dipteryx alata vem ganhando destaque na cadeia alimentícia nacional e internacional, devido a sua castanha altamente nutritiva. O aumento da demanda pela castanha de-baru pode comprometer a manutenção de populações naturais, pois sua produção é obtida via extrativismo. Assim, é importante desenvolver sistemas de plantios para garantir a oferta sustentável de matéria prima. O objetivo do trabalho foi avaliar a sobrevivência e o crescimento de duas progênies (G12 e GJU) de D. alata semeadas diretamente no solo, em condições de campo, visando apoiar o desenvolvimento de sistemas de manejo da espécie. O experimento foi implantado em delineamento inteiramente casualizado, com três repetições. A semeadura ocorreu em novembro/2021, em área de Latossolo Vermelho Distrófico (Planaltina/DF), em área com histórico de cultivo de soja. Antes da semeadura, houve controle químico e mecânico das plantas espontâneas. Foram preparadas 96 covas (10x20x10cm), espaçadas em 7x7m, com adubação contendo: 50g de P2O5, 22g de calcário dolomítico e 200g de esterco de gado curtido. Em cada cova foram colocadas duas sementes da mesma progênie, a 25 cm de distância uma da outra, somando 96 sementes/progênie. As adubações de cobertura ocorreram na estação chuvosa, aplicadas manualmente na área de projeção da copa. Ao final de 825 dias pós-semeadura, cada planta recebeu o equivalente à 72,1g de N, 86,8g de P2O5 e 86,5g de K2O. Após um ano, foi eliminada a menor planta nas covas que continham dois indivíduos. A sobrevivência e o crescimento das plantas foram acompanhados em sete datas, de dezembro/21 a março/2024. O teste t pareado apontou diferença significativa na sobrevivência das progênies (t=11.026; p<0,01). Ao longo do período estudado, G12 alcançou 84,4% e GJU 75% de sobrevivência. Relatos na literatura apontaram percentagens de germinação acima de 70% para sementes de baruzeiros. Dipteryx alata, aparentemente, não apresenta restrições severas à germinação e emergência das plântulas, sobretudo em solos de fertilidade média e bem drenados. O crescimento em altura (t=1.4944; p=0,1857) não diferiu entre as progênies (?=131,3m). O diâmetro (t=1.1314; p<0,01) foi maior na progênie G12, que atingiu 3,5mm, ao final de 825 dias pós-semeadura. Há necessidade de avaliar o crescimento nas diferentes etapas de desenvolvimento das plantas, desde o estabelecimento até a fase reprodutiva, para averiguar se as práticas adotadas podem ser recomendadas.
Ano de publicação: 2024
Tipo de publicação: Resumo em anais e proceedings
Unidade: Embrapa Cerrados
Palavras-chave: Dipteryx Alata, Semeadura
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