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Agricultura familiar e segurança alimentar: elementos conceituais e empíricos.

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Autoria: MOTA, D. M. da

Resumo: A produção de alimentos, na última década, tem sido tratada pelos estudiosos das mais diferentes áreas de conhecimento como um objeto instigante e essencial para a compreensão das relações, cada vez mais intensas entre a produção, a circulação, o consumo e os movimentos sociais organizados em torno da defesa do meio ambiente e dos consumidores. Não é novidade para os estudiosos da questão agrária no Brasil, como também para os consumidores, que a produção de alimentos se dá em espaços rurais e urbanos a partir de diferentes relações de trabalho, volumes e de formas plurais de organização da produção, o que reflete nas estratégias dos produtores, mais ou menos, dependentes dos mercados e das exigências dos consumidores. Fazem parte desse contexto, agricultores familiares cujas condições de reprodução social variam da combinação de estratégias em que predominam a produção para o aprovisionamento até a dependência da exportação de frutas frescas para países da Europa e da Ásia. Associar atividades extrativistas (por exemplo, frutas nativas com produtos do manguezal), culturas comerciais com culturas estritamente destinadas ao consumo da família ou produzir exclusivamente para o mercado são realidades possíveis de serem mapeadas regionalmente. Aliás, a história do campesinato no Brasil tem particularidades regionais bastante acentuadas a observar a dependência das grandes propriedades no Nordeste, o caráter de fronteira agrícola no Norte e a mais intensa dependência dos mercados de tecnologia e de capitais no Sul, particularidades muito associadas às estratégias pioneiras de ocupação do espaço e às relações de poder aí gestadas e reforçadas por políticas públicas engendradas mais recentemente. Diante de situações tão diferenciadas e dos conhecidos índices de desigualdade social no Brasil, qual a importância dos agricultores familiares para o enfrentamento da problemática da (in)segurança alimentar? Constituem, eles mesmos, sujeitos nas políticas públicas tanto como atores produtivos como populações em situação de (in)segurança alimentar? Estas são algumas das questões que orientarão as nossas reflexões neste artigo, sem descuidar de associar a problemática da segurança alimentar com a geração de emprego e renda.

Ano de publicação: 2004

Tipo de publicação: Artigo em anais e proceedings

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