Autoria: CUNHA, W. G. da; MACHADO, F. R. B.; VIANNA, G. R.; TEIXEIRA, J. B.; BARROS, E. V. S. A. de

Resumo: O agronegócio café é uma das atividades financeiras mais importantes e tradicionais da economia brasileira. O Brasil produz 40% do café comercializado no Mercado internacional e é o segundo maior consumidor de café do mundo. O cafeeiro é um arbusto lenhoso de longo ciclo biológico. A espécie Coffea arabica é a mais valorizada economicamente, correspondendo a 70 % da produção total de café, mas é também a espécie mais susceptível a pragas e doenças. Entre os mais de 80 taxa do subgênero Coffea estudadas, C. arabica é o único representante alotetraplóide e autógamo. Estas características dificultam o cruzamento com outras espécies considerando-se que estes recursos genéticos são diplóides e geralmente alógamos. A caracterização molecular do genoma de C. arabica indica uma especiação relativamente recente. As cultivares de arábica introduzidas nos diversos países produtores do mundo são consideradas como tendo uma base genética estreita. Entretanto, estudos recentes revelam a existência de certo polimorfismo que pode ser utilizado no desenvolvimento de marcadores moleculares para melhoramento assistido. Variadas plantas de café originadas por programas de melhoramento estão disponíveis no Brasil, embora sejam necessárias décadas para a geração de uma nova cultivar. Existe grande interesse agronômico na melhoria da qualidade de xícara e resistência ou tolerância a estresses bióticos e abióticos. Os estudos atualmente têm como foco a resistência à ferrugem, à broca-do-café, aos nematóides, ao bicho-mineiro; adaptabilidade e qualidade por intermédio da resposta à seca, controle da maturação de frutos e conteúdo de cafeína. A transformação genética tem sido utilizada como uma eficiente ferramenta molecular do melhoramento. Novas características de interesse agronômico são introduzidas em genótipos-elite em um período de tempo reduzido e sem o inconveniente da incorporação de genes indesejáveis. Tanto as técnicas de transformação direta como indireta foram testadas nos tecidos de cafeeiro, entretanto, somente pelo método indireto de co-cultivo com Agrobacterium foi demonstrada a obtenção de plantas de café transgênicas. Ainda persiste a necessidade de um protocolo eficiente para a modificação genética de variedades de arábica, uma vez que a facilidade de obtenção de plantas transformadas de C. canephora é muito maior que em C. arabica. Neste trabalho nós descrevemos a obtenção de plantas transformadas de C. arabica por bombardeamento de calos embriogênicos.

Ano de publicação: 2004

Tipo de publicação: Folhetos

Unidade: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

Palavras-chave: Café, Coffea Arábica, Transformação genética