Autoria: TOLEDO, A. M. de; HOFFMANN-CAMPO, C. B.; BOIÇA JUNIOR, A. L.; MYAKUBO, S. H.; SALVADOR, M. C.

Resumo: As isoflavonas são substâncias fenólicas constitutivas ou induzidas em plantas por estresses bióticos e abióticos. Avaliou-se a concentração total de isoflavonas (glucosil + acetil + malonil + aglicona) em amostras de grãos intactos (SD) ou após danos (CD) de Piezodorus guildinii (Westwood) nos genótipos BRQ96-3065, 'IAC-24', 'IAC-100' e PI 227687 (resistentes) e 'BR-16' (susceptível). Vagens CD e SD foram colhidas 24, 48, 96, 120 e 240 h após terem sido mantidas por 24 h em gaiolas com percevejos e as análises das amostras foram realizadas em HPLC. Todos os genótipos, exceto BRQ 96-3065, apresentaram interação dano X tempo em relação à concentração de genisteína. Em 'IAC-24', a concentração máxima foi observada 48 h após danos, sendo aproximadamente o dobro em relação ao período anterior (71,00 µg/g) nos grãos CD e oito vezes maior nos SD. As concentrações de genisteína nos grãos CD e SD de 'IAC-100' foram maiores há 96 h dos danos, permanecendo neste patamar e diminuindo nos grãos CD e SD, respectivamente, nos períodos subseqüentes. Para PI 227687, houve aumento da concentração de genisteína, tanto para grãos SD (três vezes maior) como para CD (sete vezes maior), no período de 48 h comparado com o período anterior. As concentrações de daidzeína também apresentaram interação dano X tempo em 'IAC-24', 'IAC-100' e PI 227687; os demais genótipos responderam somente para dano. Em 'IAC-24', houve resposta a partir de 48 h em grãos CD, mantendo-se assim até 96 h após danos. No genótipo 'IAC-100', a concentração de daidzeína nos grãos CD começa a diferir dos grãos SD a partir de 96 h sendo 17 vezes maior (196,96 e 11,37 µg/g, respectivamente), permanecendo assim até 240 h. O aumento nas concentrações de daidzeína nos grãos da PI 227687-CD iniciou-se a partir de 48 h após danos, apresentando pelo menos o dobro em relação aos grãos SD nos demais períodos. Apenas os genótipos PI 227687 e 'IAC-24' apresentaram diferença na concentração de gliciteína, sendo observadas respostas para tempo em 'IAC-24' e, para dano e tempo, em PI 227687. Neste último, as concentrações de gliciteína foram significativamente maiores em grãos CD que nos SD de 48 a 120 h. Os grãos CD apresentaram gliceolina após 24 h do dano do percevejo, sendo mais consistente após 48 h, principalmente em 'IAC-24' e PI 227687. Os resultados obtidos sugerem que a soja de um modo geral responde aos danos, sendo a resposta dos genótipos resistentes mais rápida quando comparada à cultivar BR-16 suscetível.

Ano de publicação: 2006

Tipo de publicação: Resumo em anais e proceedings

Unidade: Embrapa Soja

Palavras-chave: Percevejo, Praga de Planta, Soja