Aspectos da ciclagem de nutrientes em função do gradiente topográfico, em uma Mata de Galeria no Distrito Federal.

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Autoria: PARRON, L. M.

Resumo: A compreensão dos processos de ciclagem biogeoquímica nas Matas de Galeria. Pode ter implicações importantes na orientação de práticas de manejo e de políticas de conservação desses ecossistemas. Em função do gradiente de umidade na topografia do terreno e de diferenças entre estações seca e chuvosa, o presente trabalho teve como objetivos, estabelecer relações entre umidade e ciclagem de nutrientes, quantificar os estoques e caracterizar os fluxos de nutrientes em diversos compartimentos e propor modelos de funcionamento do ecossistema Mata de Galeria. O experimento foi estabelecido numa área de 100 x 100 m da Mata de Galeria do Córrego Pitoco, na Reserva Ecológica do IBGE, DF (15°56'41"5 e 47°56"07'W). Como delineamento experimental foram estabelecidas três linhas de amostragem, paralelas ao c6rrego, distantes 45 m entre si, denominadas, respectivamente, comunidades úmida (na margem do córrego), intermediária e seca (adjacente a uma área de Cerrado Típico). A disponibilidade de nutrientes (Corgânico, Ntotal, Norgânico, NH4+, NO3-, Ptotal, Porgânico, PO4 2- K+, Ca2+, Mg2+, SO4 2-, Na+ e CI-) foi determinada na deposição atmosférica, em três estágios, a saber, antes de atingir o dossel da vegetação, após atravessar o dossel, após atravessar a camada de serapilheira, e também, a composição química da solução do solo a 50 cm e da água do Córrego Pitoco. A média dos fluxos de NO3-, Corgânico, K+, Ca2+, Mg2+ e CI- no lixiviado de dossel foi superior ao da deposição atmosférica, indicando que esses nutrientes são lixiviados no dossel e acrescentados à solução proveniente da deposição atmosférica. Ao contrário, os fluxos de Ntotalo NH/, Norgânico, Ptotalo Na+ e sol- apresentaram média no lixiviado de dossel inferior ao da deposição atmosférica, indicando que esses nutrientes quando presentes na deposição atmosférica são retidos pelo dossel da floresta. A deposição atmosférica desses elementos contribui substancialmente para a quantidade total desses nutrientes no lixiviado de dossel e parece ser relevante para o ecossistema Mata de Galeria. Os fluxos de Corgânico, Ntotal NO3-, NH4+, Norgânico, K+, Ca2+, Mg2+ e CI- apresentaram média no lixiviado da serapilheira superior ao do lixiviado de dossel, indicando que esses nutrientes são lixiviados na serapilheira. Ao contrário, Ptotal SO42- e Na + apresentam redução ao passar pela serapilheira, indicando que esses nutrientes quando provenientes do lixiviado de dossel são retidos na serapilheira. Os valores dos fluxos de nutrientes no lixiviado de dossel e de serapilheira apresentaram-se na ordem: Corgânico > K+( > Ca2+ > CI-> Mg2+ > Ntotal > SO4 2- > Na+ > Ptotal. No lixiviado de dossel os fluxos de Corgânico, K+, Ca2+, Mg2+ e CI- nas comunidades apresenta-se na ordem: comunidade seca >comunidade intermediária > comunidade úmida. No lixiviado de serapilheira os fluxos de K+, Ca2+ e Mg2+ também se apresentam na ordem: comunidade seca> comunidade intermediária> comunidade úmida e os fluxos de Corgânico e Ntotal apresentam-se na ordem: comunidade úmida > comunidade intermediária > comunidade seca. A coleta de serapilheira resultou no cálculo de produção anual, a determinação da composição química (N, P, K, Ca, Mg e S) da serapilheira, a estimativa da decomposição da serapilheira e o cálculo de retranslocação desses nutrientes em folhas de espécies lenhosas. Na comunidade úmida, onde a umidade do solo é maior, a produção anual de serapilheira e menor e a taxa de decomposição e maior que na comunidade seca. Em função da maior taxa de decomposição da serapilheira 0 estoque da serapilheira sobre a solo e a tempo de residência da serapilheira no solo também são menores; e a despeito da maior umidade do solo h8 maior retranslocação de N e S e maior eficiência do usa de K, Ca, Mg e S pelas plantas. Em contraste, onde ha uma restrição hídrica na estação seca a concentração de Ca, Mg e K nas folhas e na serapilheira e maior, ocorre imobilização de N e S durante a decomposição da serapilheira e é maior a eficiência do usa de N e P pelas plantas. O gradiente de umidade que ocorre em conseqüência do gradiente topográfico também influenciou a atividade biol6gica do solo, representada pela determinação mensal das taxas de mineralização e nitrificação de N e concentração de C da biomassa microbiana em solos. Estes parâmetros foram diretamente relacionados as variações de umidade do solo, isto e, são maiores na comunidade úmida. Os valores de composição isot6pica de C (13C) maiores nos solos na comunidade seca em relação a comunidade úmida pode estar relacionada ao aporte de matéria orgânica com valores mais altos de 13C. Valores de 13C maiores nas folhas verdes de espécies da comunidade seca em relação a espécies da comunidade úmida parecem estar associados a redução na disponibilidade de água no solo. Espécies lenhosas da comunidade úmida apresentaram valores maiores de composição isot6pica de N (*15N) e de concentração de N em relação as espécies da comunidade seca, indicando que onde

Ano de publicação: 2004

Tipo de publicação: Teses

Unidade: Embrapa Cerrados

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