Diversidade na produção de milho na região central de Minas Gerais.
Diversidade na produção de milho na região central de Minas Gerais.
Autoria: MATRANGOLO, W. J. R.; ALBERNAZ, W. M.; TRAVASSOS, L. E. P.; TEIXEIRA, F. F.; LANDAU, E. C.; MIRANDA, G. A.
Resumo: O trabalho pretende contribuir para o necessário processo reflexivo sobre a complexidade do sistema de produção de milho na região central de Minas Gerais, para que sejam levadas em conta suas potencialidades em atender as demandas do produtor e do mercado com o devido cuidado para com as fragilidades locais. Os sistemas de produção de milho na região central de MG (cultivado em praticamente todas as pequenas propriedades rurais) foram objeto de pesquisa de campo em 2010. Características inerentes ao território e à comunidade da região foram consideradas quando da análise das informações oriundas desses sistemas de produção de milho. Em 48 propriedades de 19 municípios da regional da EMATER-MG de Sete Lagoas, foram avaliadas 16 lavouras de milho-silagem e 33 lavouras de milho-grão. Estes produtores foram visitados (entre março e maio de 2010) por uma comissão de técnicos da Emater e da Embrapa Milho e Sorgo, quando foi aplicado um questionário padrão. Foram obtidos dados de produção da lavoura selecionada, das técnicas utilizadas, dos tipos e quantidades de insumos e serviços, da infraestrutura de produção e armazenamento e a percepção ambiental dos produtores. Seguindo a tendência mundial da migração do campo para a cidade, a falta de mão de obra rural na região, citada com frequência pelos entrevistados, surge como problema de considerável relevância: cerca de 70% da população da região é urbana. A área média de produção demilho foi de 3,7 ha, enquanto a de milho-silagem foi de 6,1 ha. Com o predomínio de pequenas propriedades, a produção é, em sua maioria, voltada para consumo próprio (72% plantaram o milho com essa finalidade). A maior área encontrada com produção de milho-grão foi de 36 ha, e para silagem, 60 ha. A lavoura de subsistência e a lavoura comercial são identificadas no atual estudo como sendo “sem integração”, representando 77% das lavouras pesquisadas. Acrescentam-se, a partir das visitas realizadas em 2010, sistemas caracterizados com tipos específicos de consórcio, ainda em proporções incipientes: a integração-lavoura-pecuária (ILP) e a integração-lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Afora os adubos sintéticos, herbicida é o insumo com potencial de gerar poluição ambiental mais frequentemente utilizado na região. Em 2005, um levantamento semelhante apontava uma produtividade de 5.655,2 kg/ha em 10 lavouras de milho-grão na região, enquanto em 2010, tal parâmetro atingiu a marca de 7.704,5 kg/ha em média. Dez produtores fizeram uso de inseticida sintético (20,8%), enquanto 09 dos 48 produtores detectaram a presença de inimigos naturais nas lavouras de milho. O aporte tecnológico na atualidade deve-se, em parte, ao esforço de instituições presentes na região, como o Escritório Regional de Sete Lagoas, a EMATER-MG, a Embrapa Milho e Sorgo e a EPAMIG em melhor informar o produtor a respeito das possibilidades de acréscimos tecnológicos à lavoura. Políticas voltadas para o incremento na produção de agricultores familiares necessitam incorporar a noção de externalidades negativas para que as mudanças sugeridas e implementadas sejam realmente capazes de melhorar a condição de vida dos produtores familiares e do entorno.
Ano de publicação: 2010
Tipo de publicação: Folhetos
Unidade: Embrapa Milho e Sorgo
Palavras-chave: Milho, Pequeno produtor, Zea mays
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