Avaliação da produtividade do cultivo de cachara (Pseudoplatystoma fasciatum) em tanques-rede no Pantanal.
Avaliação da produtividade do cultivo de cachara (Pseudoplatystoma fasciatum) em tanques-rede no Pantanal.
Autoria: NASCIMENTO, F. L.; OLIVEIRA, M. D. de; LARA, J. A. F. de; FORESTI, F.; VENTURA, A. S.; SATAKE, F.; PÁDUA, S. B. de; JERÔNIMO, G. T.; ISHIKAWA, M. M.
Resumo: O desenvolvimento da piscicultura, nas condições ambientais particulares encontradas no Pantanal, exige adequação para as condições locais, de ordem zootécnica e ecológica. O objetivo foi realizar esses ajustes nos procedimentos para criação de cacharas Pseudoplatystoma fasciatum em tanques-rede para as condições locais do Pantanal. Os de ordem zootécnica pautaram-se pela utilização de uma espécie nativa e pura, avaliando-se a densidade ideal de estocagem de peixes e as respostas da qualidade da carne ao confinamento em alta densidade. Os de ordem ecológica, no ajuste do sistema ao fenômeno da ?decoada? que ocorre anualmente no início da cheia, alterando a qualidade da água que inviabiliza a sobrevivência dos peixes, restringindo o cultivo ao período entre os eventos do fenômeno. Foram utilizados peixes de matrizes capturadas nos rios, submetidas as análises moleculares, extração de DNA e sequenciamento de gene nuclear e mitocondrial. As capturas foram realizadas nos meses de novembro e dezembro de 2008, período de reprodução, nos trechos médios e superiores dos rios Miranda e Aquidauana. Os peixes foram colocados em um total de 12 tanques-rede com 4 m³ de volume útil, sob três diferentes densidades de estocagem, em três linhas, com quatro réplicas cada: L1= 60 peixes/m3; L2 = 90 peixes/m3 e L3 = 120 peixes/m3. O peso médio inicial foi de 80 ± 10g nos tanques 1 e 2 e 100 ± 10 g nos tanques 3 e 4 para todos os tratamentos. A biomassa total de cada tanque foi calculada a partir de biometrias no peixamento e posteriormente a cada 30 dias. O peso médio dos indivíduos foi calculado em biometrias realizadas em 20% dos peixes e extrapolado para o número total de cada tanque. A proporção do alimento em relação ao peso vivo foi estabelecida em 5% até 300 g, 3% até 600 g e 2% até a despesca. Os peixes foram alimentados uma vez por dia, ao anoitecer, com ração extrusada para peixes carnívoros com 40% de proteína bruta (PB). No tratamento 1 a média de peso foi de 850 ± 60 g, maior que no tratamento 2 com 840 ± 20 g, e ambas maiores que no tratamento 3 com 790 g + 45g. A heterogeneidade foi maior no tratamento 1 em relação ao 2, e ainda maior no tratamento 3, o qual apresentou um número de indivíduos com peso abaixo da média, bem superior aos demais. O fator de conversão de alimento em peso que apresentou uma média de 2,5, 2,7 e 2,9 nos tratamentos 1, 2 e 3, respectivamente. O cultivo foi realizado num total de 270 dias de cultivo entre dois fenômenos de decoada entre junho de 2009 a março de 2010. Os parâmetros físicos e químicos da água estiveram dentro dos padrões aceitáveis. Todos os peixes apresentavam parasitismo. A taxa de prevalência encontrada e órgãos parasitados foram 100% para Ichthyophthrius multifiliis (tegumento e brânquias), 80% para Monogenea (tegumento e brânquias), 70% para Cestoda (intestino médio), 50% para Myxobolus sp.(baço e rim), 40% Henneguya sp.(fígado e rim), 30% para Trematoda (olhos ? metacercárias ? e intestino médio) e 10% para Dolops sp. (tegumento, brânquias e cavidade bucal). O tratamento L1 apresentou maior média de rendimento de filé, 37,16%, e o tratamento L3 a menor média, 32,42%. Não houve diferença (P>0,05) para o rendimento de pele. Os rendimentos de resíduo de filetagem e de vísceras apresentaram maiores médias no tratamento L3, 45,62% e 15,47%, e menores médias no tratamento L1, 43,62% e 13,5%, respectivamente.
Ano de publicação: 2013
Tipo de publicação: Folhetos
Unidade: Embrapa Pantanal
Palavras-chave: Decoada, Densidade de estocagem, Piscicultura, Qualidade da carne, Qualidade da Água
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