Rede de Multiplicação e Transferência de Materiais Propagativos de Mandioca com qualidade genética e fitossanitária para o estado da Bahia (RENIVA) - avanços e desafios: relato de experiência.
Rede de Multiplicação e Transferência de Materiais Propagativos de Mandioca com qualidade genética e fitossanitária para o estado da Bahia (RENIVA) - avanços e desafios: relato de experiência.
Autoria: SILVEIRA, H. F. da; CARDOSO, C. E. L.
Resumo: A cultura da mandioca (Manihot esculenta Crantz) possui grande expressão socioeconômica, sobretudo por ser alimento básico para quase um bilhão de pessoas em todo o mundo. A planta é cultivada em dois milhões de hectares, disseminados por todo o Brasil, que mantém a segunda posição no ranking de maior produtor mundial, embora com baixíssima produtividade. A cultura se destaca na região Nordeste do país, por sua tolerância à seca, constituindo-se numa das poucas alternativas para a sustentabilidade de populações mais carentes. Existem três grandes entraves no sistema de cultivo da mandioca. Um deles diz respeito à baixa disponibilidade de manivas semente de boa qualidade genética e fitossanitária para o plantio, devido principalmente à baixa taxa de multiplicação inerente à planta e inexistência de materiais propagativos comprovadamente livres de patógenos. O outro entrave é a baixa produtividade da cultura, pelo uso de variedades pouco produtivas, mas também fortemente influenciada pela ocorrência de fitopatógenos, alguns dos quais transmitidos pelo material propagativo. É significativa a utilização, para plantio, de material portador de doenças uma vez que os sintomas de muitas delas nem sempre são identificados foco em seleção de material livre de doenças. É o caso do vírus do mosaico comum da mandioca e do vírus do mosaico das nervuras da mandioca, para os quais é necessário proceder a análises em laboratório para confirmar ou descartar sua presença nas plantas, uma vez que estas últimas podem não apresentar os sintomas de contaminação. O terceiro entrave, e não menos importante, é o insuficiente nível de adoção das tecnologias geradas. É notável a progressiva perda de qualidade genética e fitossanitária das plantas e do seu material propagativo, pelo baixo conhecimento dos agricultores acerca das boas práticas para selecionar material sadio e vigoroso para o plantio. O quarto entrave diz respeito à organização da cadeia produtiva. Há muito se empreendem, no nível do poder público e também da iniciativa privada, ações isoladas e pontuais de produção e multiplicação de material propagativo de mandioca, com resultados pouco efetivos e pouco persistentes. Isso decorre da falta de integração de esforços institucionais que sejam voltados a dar continuidade e longevidade às rotinas estabelecidas. Em poucos ciclos, os ganhos com sanidade e genética são perdidos, pela progressiva recontaminação do material propagativo e pela ausência de rigor na seleção das plantas mais aptas e produtivas. Este trabalho tem o objetivo de relatar a experiência da Embrapa Mandioca e Fruticultura e de parceiros no estabelecimento de uma rede de produção de material propagativo de mandioca de qualidade genética e fitossanitária adequadas.
Ano de publicação: 2013
Tipo de publicação: Artigo em anais e proceedings
Unidade: Embrapa Mandioca e Fruticultura
Palavras-chave: Cadeia produtiva, Economia agrícola, Economia rural, Mandioca
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