Eficácia in vitro do óleo essencial de Lippia Sidoides (Verbenaceae) contra monogenoidea de colossoma macropomum (pisces: serrasalmidae).
Eficácia in vitro do óleo essencial de Lippia Sidoides (Verbenaceae) contra monogenoidea de colossoma macropomum (pisces: serrasalmidae).
Autoria: SOARES, B. V.; NEVES, R. L.; OLIVEIRA, M. S. B.; CHAVES, F. C. M.; TAVARES-DIAS, M.
Resumo: Colossoma macropomum (tambaqui), peixe amazônico que pode alcançar até 1 metro de comprimento e atingir 30 kg de peso corporal, é muito apreciado pelo mercado consumidor de várias regiões do Brasil. Esse é o peixe nativo mais produzido no país, pois suporta elevadas densidades no cultivo intensivo e sua produção é economicamente viável em diversos sistemas de criação. Porém, a intensificação do cultivo de tambaqui pode favorecer o surgimento de parasitoses como as causadas por helmintos monogenoideas, que acometem principalmente as brânquias dos hospedeiros. Como alternativa ao uso de quimioterápicos usados no controle desses parasitos, extratos, óleos essenciais (OE), entre outros produtos naturais têm sido testados, devido ao seu potencial bioativo. Lippia sidoides (Verbenaceae) é uma planta medicinal conhecida popularmente como alecrim-pimenta e que apresenta ação antimicrobiana e antiparasitária. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia in vitro do OE de L. sidoides contra monogenoideas das brânquias de tambaqui. Os constituintes majoritários do OE foram timol (64,5%), p-cimeno (11,7%) e (E)-beta-cariofileno (4,9%), identificados por cromatografia gasosa com espectrometria de massas. O ensaio, em triplicata, utilizou 0,01; 0,02; 0,04; 0,08; 0,16 e 0,32 mg.mL-1 de OE de L. sidoides e dois grupos controles, um com água do tanque de cultivo e outro com água do tanque e diluente (etanol PA). Arcos branquiais de juvenis de tambaqui (± 16 cm) naturalmente parasitados foram individualizados em placas de Petri e imersos nessas soluções contendo OE de L. sidoides. Campos de observação com no mínimo 20 parasitos por replicata foram selecionados e observados em estereomicroscópio a cada 15 minutos. O tempo de exposição que causou 100% de mortalidade parasitária foi registrado, e os parasitos foram considerados mortos quando perderam o movimento. Nos grupos controles e com 0,01 mg.mL-1 de OE L. sidoides, a mortalidade dos monogenoideas ocorreu em 8 e 7 horas de exposição, respectivamente. Concentrações de 0,32 e 0,16 mg.mL - 1 , as mais efetivas contra monogenoideas, causaram mortalidade em 6 e 25 minutos, respectivamente. Nas concentrações de 0,02 e 0,04 mg.mL-1, a mortalidade de 100% dos parasitos foi em aproximadamente 6 horas de exposição, enquanto na concentração 0,08 mg.mL-1 essa mortalidade foi em 2,30 horas. O óleo essencial de L. sidoides mostrou ação antiparasitária em tambaqui e efeito dose-dependente em relação ao tempo. Concentrações de 0,16 ou 0,32 mg.mL-1 necessitam ser posteriormente testadas em ensaio de toxicidade para avaliar a tolerância de tambaquis, antes de sua recomendação para uso em banhos terapêuticos.
Ano de publicação: 2014
Tipo de publicação: Resumo em anais e proceedings
Unidade: Embrapa Amapa
Palavras-chave: Helmintologia, Parasito de animal, Peixe amazônico, Peixe de água doce
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