Os baculovírus são o grupo mais estudado e mais comum de vírus patogênicos a insetos e, por isso, têm alto potencial para serem usados como agentes de controle biológico de pragas de importância agrícola.

A coleção de baculovírus da Embrapa Milho e Sorgo possui mais de 100 isolados, que ao longo das últimas décadas foram caracterizados e avaliados em bioensaios e pesquisas científicas e tecnológicas para agregação de valor, conjuntamente com o setor privado.

Diferentes bioinseticidas de alta eficiência foram desenvolvidos para o controle de insetos lepidópteros que causam danos econômicos na produção da soja, do milho, do algodão e de outras culturas agrícolas.

Lagartas como Spodoptera frugiperda, Helicoverpa armigera e Chrysodeixis includens já podem ser efetivamente controladas com o uso de produtos biológicos de alta especificidade e de forma alternativa ao uso de inseticidas químicos que, em determinadas regiões do País, requerem mais de 10 pulverizações durante o ciclo dessas culturas.

O primeiro bioproduto comercial à base de baculovírus contendo tecnologia Embrapa foi o CartuchoVIT, um inseticida microbiológico resultado de parceria público-privada entre a Embrapa e a empresa Vitae Rural Biotech, que estreou no mercado na safra 2017/2018, com 4.000 hectares de área aplicada, alcançando 91.170 hectares na safra 2020/2021.

Os inseticidas biológicos VirControl S.f. (para controle da Spodoptera frugiperda) e VirControl C.i. (eficiente no controle da Chrysodeixis includens) foram desenvolvidos em parceria com a empresa Simbiose Indústria e Comércio de Fertilizantes e Insumos Microbiológicos.

O Spodovir (pó molhável) e o Spodovir plus (líquido) são parcerias com a empresa Andermatt.

O Baculomip foi desenvolvido com a empresa Promip.

Os produtos Laphy Protection e Looper Protection foram desenvolvidos a partir de parceria público-privada com a empresa Simbiose e Bioma e são crones do Vircontrol S.F. e do Vircontrol V.i..O início de comercialização deles foi na safra de grãos 2023/2024.

O VirControl S.f. estreou com uma área recorde, até então, de 186.030 hectares, chegando a 456.780 hectares em 2021/2022 em 17 estados brasileiros. Tecnicamente, o seu modo de ação se inicia com a alimentação, pelas lagartas, das folhas infectadas pelos baculovírus, causando um dos sintomas mais comuns, que é a perda de apetite desses insetos em sua fase jovem. As lagartas infectadas alimentam-se 93% menos quando comparadas às lagartas sadias.

Além da alta especificidade, os bioinseticidas minimizam os efeitos de contaminação do meio ambiente, assim como a morte de inimigos naturais e a contaminação de leitos e de nascentes, sendo excelentes ferramentas para o Manejo Integrado de Pragas.

Esta solução tecnológica foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outra(s) instituição(ões).