O Sistema Plantio Direto (SPD) é uma prática conservacionista de cultivo e manejo do solo que proporciona muitos benefícios técnicos, econômicos, ambientais e sociais e é uma das principais soluções tecnológicas para a agropecuária sustentável nos trópicos. Em razão desses benefícios, o SPD foi incluído entre as tecnologias que compõem os compromissos voluntários de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) assumidos pelo Brasil, que resultaram na criação do Plano Setorial para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, o que se convencionou chamar de Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono). Por meio dessa política pública, o governo brasileiro tem como objetivo aumentar a área cultivada em plantio direto de 32 para 40 milhões de hectares até 2020, como um meio para reduzir as emissões de GEE no Setor Agropecuário. Resultados de pesquisas da Embrapa Cerrados indicam que o sequestro de carbono do solo, em áreas representativas de plantio direto, depois de cerca de 11 a 14 anos, se equiparam ou são superiores aos estoques iniciais observados em áreas de vegetação nativa, confirmando que o SPD é uma prática mitigadora das emissões de GEE. As taxas médias anuais de sequestro de carbono do solo nesses sistemas após um período de adoção de 11 a 14 anos foram, respectivamente, 1,61 e 1,48 Mg C ha-1 ano-1. Considerando as metas previstas e a conversão de um extra de 8 milhões de hectares de terras de cultivo de sistemas convencionais para o SPD representará um armazenamento de carbono no solo previsto de cerca de 8 Tg C ano-1, durante 10 a 15 anos.

Esta solução tecnológica foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outra(s) instituição(ões).