A ocorrência da traça-da-videira, Lasiothyris luminosa, como praga no Vale do São Francisco foi registrada em meados do ano 2015, em propriedades de Lagoa Grande-PE, causando danos econômicos pelo extenso ataque de larvas às flores e bagas de uva. Até então, o único registro da presença desse inseto no Brasil tinha acontecido em 1983 em Brusque - SC, e sem relação com infestação ou dano econômico em áreas de produção. Como essa nova praga dos parreirais apareceu no Nordeste brasileiro, ainda é uma incógnita. Pesquisas realizadas no Laboratório de Entomologia da Embrapa Semiárido e em áreas de produção com parreirais afetados, definiu um tratamento para controle, com base no manejo integrado de práticas culturais, aplicação de produtos químicos e, principalmente, pelo uso do controle biológico: uma pequena vespa (parasitoide) de nome Trichogramma, liberada no parreiral. Nos testes controlados em laboratório o Trichogramma conseguiu parasitar os ovos da praga. Com cinco dias, esses ovos adquirem cor escura e, aos 10-11 dias, ao invés de eclodir uma lagarta, emerge um novo parasitoide. Em campo, com a liberação dessa vespa nos parreirais afetados, houve redução de 62% de lagartas da traça-da-videira e, também, de 60% da traça-dos-cachos (outra praga da videira já disseminada na região), em relação às áreas não submetidas ao tratamento. Como o inseto adota um mecanismo engenhoso ao se refugiar no interior dos tecidos e frutos das plantas, torna muito limitado o controle exclusivo da população com insumos químicos, pois as aplicações não conseguem atingir a praga. Daí a importância do controle biológico - o Trichogramma, ao ser distribuído em pequenas cápsulas ao longo da área cultivada, começa a se deslocar pelo parreiral e parasitar os ovos onde quer que estejam.