Prática agropecuária para manejar a adubação e a fertilidade do solo e interromper processos erosivos extremos, que levam ao surgimento de grandes “feridas” ou crateras, chamadas de voçorocas. A prática é conduzida por reordenamento do escorrimento superficial das águas da chuva, aliado ao plantio de leguminosas arbóreas de rápido crescimento, inoculadas e micorrizadas, em conjunto com a contenção do solo a partir da aplicação de paliçadas de bambu e outros materiais de baixo custo. As leguminosas inoculadas com rizóbios e fungos micorrízicos promovem a revegetação da área.

As espécies utilizadas dependem muito da região em que o plantio será realizado, considerando que devem ser buscadas espécies adaptadas ao clima e ao solo locais. O mesmo vale para a recomendação de estirpes de bactérias e fungos micorrízicos, que depende de onde a técnica será implantada e de quais espécies podem ser utilizadas. Uma lista de espécies com potencial para uso pode ser obtida na publicação indicada a seguir. As estirpes de bactérias e cepas de fungos micorrizicos para algumas dessas espécies podem ser consultadas no Centro de Recursos Biológicos Johanna Döbereiner (https://www.embrapa.br/agrobiologia/crb-jd).

As voçorocas ocorrem no relevo onde a vegetação é escassa, sendo provocadas por uma combinação de fatores, especialmente o impacto da água das chuvas. Essa extrema degradação acaba por tornar áreas agrícolas improdutivas, além de provocar o assoreamento de cursos de água por sedimentos. A prática foi desenvolvida para ser aplicada principalmente na recuperação das áreas degradadas por voçorocas em áreas rurais e é de grande eficiência para a reintegração dessas áreas na paisagem.