Os agroecossistemas de base familiar consistem em uma das alternativas para a transição agroecológica, o que possibilita o fortalecimento dos agricultores familiares no Semiárido. Este processo é uma etapa em construção, com diferentes desafios relacionados ao uso e manejo do agroecossistema para assegurar a produtividade, sustentabilidade ambiental e geração de equidade de gênero entre os membros das famílias da comunidade. Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) contribuem para o fortalecimento da autonomia por meio da segurança alimentar e nutricional e pela geração de renda por meio da construção social de mercados justa e solidária. Os Sistemas Agroflorestais podem integrar agricultura e pecuária em um mesmo espaço da propriedade, além de permitir a exploração sustentável da vegetação nativa. Nesse tipo de sistema de produção, elimina-se o desmatamento e o uso do fogo. Por exemplo, no sistema agrossilvipastoril é possível fazer um consórcio de pequenos animais com aves, galinheiro móvel dentro da agrofloresta, onde os alimentos que sobram das culturas agrícolas (milho, feijão, entre outras) são aproveitados pelos animais. No sistema do tipo silvipastoril, em uma área cercada, é possível desenhar um sistema composto por caprinos e ovinos criados em uma área com grande diversidade de árvores da Caatinga. Outro fator importante que diz respeito à governança dos redesenhos de agroecossistemas é que a gestão pode ser coletiva, permitindo a inclusão de um grupo de famílias no planejamento das atividades produtivas da comunidade.