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12/04/16 |   ILPF

Fazenda Santa Brígida consagra 10 anos de ILPF no Cerrado brasileiro

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Foto: Breno Lobato

Breno Lobato - A Embrapa junto à Rede de Fomento ILPF buscam expandir as boas práticas em produção sustentável na Fazenda Santa Brígida a todas as regiões do país.

A Embrapa junto à Rede de Fomento ILPF buscam expandir as boas práticas em produção sustentável na Fazenda Santa Brígida a todas as regiões do país.

Mais de mil pessoas, entre produtores rurais, empreendedores do agronegócio, representantes de cooperativas, técnicos da extensão rural, estudantes de ciências agrárias e personalidades públicas e privadas participaram, no último dia 8 de março, do dia de campo que consagra 10 anos do sistema que integra as atividades agrícolas, pecuárias e florestais (ILPF), acontecimento realizado na Fazenda Santa Brígida, em Ipameri (GO).

O evento, promovido pela Rede de Fomento ILPF, contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Ipameri e da Universidade Estadual de Goiás.  A articulação da Rede de Fomento é uma iniciativa público-privada, formada pela Embrapa, a cooperativa Cocamar e pelas empresas John Deere, Dow AgroSciences, Parker e Syngenta.

O objetivo principal da Rede de Fomento é acelerar a ampla adoção dos sistemas ILPF por produtores rurais como parte de um esforço que visa à intensificação sustentável da agricultura brasileira. Iniciada em 2012 a Rede atualmente apoia 97 unidades de referência tecnológica (URTs) distribuídas em todos os biomas brasileiros e envolve a participação de 19 unidades de pesquisa da Embrapa.

Durante a visita os participantes percorreram quatro estações temáticas, que abordaram as vantagens dos sistemas ILPF para intensificar a produção agropecuária de forma sustentável, além de questões ligadas à fertilidade do solo, diversificação de cultivos, práticas de manejo e serviços ambientais dos agroecossistemas.

Nas análises de benefícios identificados pelos pesquisadores da Embrapa foram constatadas que no sistema de manejo do solo e culturas sob ILPF têm promovido melhorias em praticamente todos os atributos químicos, físicos e biológicos do solo, em razão principalmente da presença de forrageiras do gênero braquiária que aumentam os teores de matéria orgânica do solo e recupera a capacidade de troca de cátions (cálcio, magnésio, potássio, hidrogênio, nitrogênio e outros). 

Do ponto de vista social, o ILPF se torna uma das alternativas mais baratas na pecuária, por se obter novos postos de trabalho devido à incorporação do componente lavoura, gerando até mais de um emprego direto para cada 100 hectares. No caso da Fazenda Santa Brígida, por exemplo, o quadro de pessoal até 2006 era de três vaqueiros. Hoje a fazenda conta com 14 funcionários além dos consultores, gerando, em média, 1,5 empregos para cada 100 hectares, sem contar os treinamentos de estagiários, trabalhos de pesquisas em pós-graduação, dias de campo e outros eventos sobre integração lavoura-pecuária-floresta que são realizados na fazenda.

Do lado econômico os benefícios foram constatados a partir dos preços e quantidades de insumos, serviços e produtos, fatores considerados muito importantes e que interferem nos custos de produção. Os indicadores de eficiência econômica para as atividades componentes no sistema ILPF apresentaram taxa de retorno para o empreendimento na ordem de 27,85% além dos custos totais realizados na produção agropecuária.   

A tudo isto se acrescenta a questão da movimentação da economia local e a geração de importantes impostos, tão necessários para o desenvolvimento de cidades interioranas. 

Atualmente o sistema ILPF tem sido adotado em todo o Brasil, com maior representatividade nas regiões Centro-Oeste e Sul. Hoje, aproximadamente 1,6 a 2 milhões de hectares utilizam os diferentes formatos da estratégia ILPF e a estimativa é de que, para os próximos 20 anos, possa ser adotada em mais de 20 milhões de hectares.

Por combinar, numa mesma área as atividades agrícola, pecuária e florestal o ILPF se torna uma alternativa viável de produção para recuperação em áreas degradadas e a integração de árvores com pastagens ou com lavouras seja em rotação, consórcio ou sucessão, num mesmo espaço, possibilita que o solo seja explorado economicamente durante todo o ano, favorecendo o aumento na oferta de grãos, de carne e de leite a um custo mais baixo, devido à combinação e a flexibilidade que se cria entre lavoura, pastagem e floresta.

Hélio Magalhães (4911 MTb/MG)
Embrapa Arroz e Feijão

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