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Com sementes da Embrapa, produção de soja cresce em Roraima
Um dos fatores decisivos para a obtenção de boa produtividade em lavouras de soja é a utilização de sementes melhoradas e adaptadas às condições de cada região. Em Roraima, a sojicultora vem atraindo cada vez mais investidores nacionais e internacionais, que apostam nas sementes da Embrapa para alavancar a produção. Hoje, cerca de 95% da soja plantada no estado é proveniente do trabalho de pesquisa da Embrapa, com materiais melhorados e incorporação de importantes incrementos tecnológicos.
São dez as cultivares já testadas em área de produtor e campos experimentais, todas disponibilizadas para cultivo. Entre as variedades, destaque para a BRS Tracajá, que representa 60% da área semeada em Roraima, e para a BRS 8381, lançada em 2015 e já com 20% de área cultivada. Outros materiais também recomendados para a região são: BRS 8581, BRS 7980, BRS 8780, BRS 9180 IPRO RR, BRS 9383 IPRO RR, BRS Sambaíba, BRS Raimunda, BRS Candeia.
Despontando como um novo pólo sojicultor no norte do Brasil, Roraima possui as condições de solo e clima adequados para o cultivo do grão. O estado conta atualmente com 25 mil hectares de área plantada e produtividade em torno de 3 mil toneladas por hectare. Estima-se que até o ano de 2020 serão cultivados em torno de cem mil hectares de soja integrados à bovinocultura de corte, com uma repercussão financeira de R$ 500 milhões de reais. Um das vantagens da região é a safra invertida. Em agosto/setembro, quando os sojicultores de outros estados do país estão iniciando a semeadura, os roraimenses já começaram a colheita.
Para o produtor Agenor Faccio, as sementes da Embrapa vêm apresentando excelente desempenho. O sojicultor planta três variedades da Empresa, entre elas a BRS Tracajá, que considera ainda a melhor opção para a Região. "É uma cultivar formidável, com boa produtividade e adaptada as condições do estado. Também estou bastante satisfeito com o resultado das outras cultivares da Empresa, que vêm atendendo muito bem as expectativas dos sojicultores roraimenses".
Segundo o pesquisador, Vicente Gianluppi, um dos pioneiros no estudo da cultura em Roraima, a Embrapa vem trabalhando desde 1981 para viabilizar e consolidar a sojicultora na região. O agrônomo explica que a pesquisa de melhoramento tem priorizado a seleção de materiais de ciclos curtos, resistência a nematoides e com alto potencial produtivo. "Temos orgulho de dizer que a Embrapa tem um papel de destaque na inserção de Roraima dentro da sojicultura nacional".
Evolução das cultivares para Roraima
A Embrapa começou as pesquisas com a soja em Roraima no início da década de 80, visando a incorporação de parte do cerrado roraimense ao processo produtivo do grão. Em 1982, ocorreu a recomendação da primeira cultivar de soja para estado, a BRS Tropical. Este material apresentava produtividade em torno 1.500 kg/ha, baixo para os padrões atuais devido à falta de maiores conhecimentos tecnológicos sobre adaptação da soja às condições de baixa latitude.
Em 1999 a Embrapa lançou as cultivares de soja BRS Tracajá, BRS Sambaíba e BRS Candeia, para cultivo em Roraima. Esses materiais já incorporavam os avanços na adaptação da cultura às condições locais, apresentando potencial de produtividade superior a 3.000 kg/ha.
Mais recentemente, em 2014, foram recomendadas mais três novas cultivares: BRS 7980, BRS 8381 e BRS 8581. Além do elevado potencial produtivo, esses materiais incorporam avanços tecnológicos importantes como ciclo mais curto e resistência à maioria dos nematoides que ocorrem na região.
O ciclo mais curto oferece maior segurança ao produtor por ampliar a janela de semeadura e minimizar o efeito dos veranicos, permite a incorporação ao processo produtivo de áreas com período chuvoso mais curto, além da implantação de pastagem, associada ao cultivo da soja, na mesma safra, decisivo para o sucesso da integração lavoura-pecuária.
A novidade mais recente, em relação às cultivares para o cerrado, foi a disponibilização, em 2016, de mais três novas cultivares de soja: a BRS 8780, a BRS 9180 IPRO e a BRS 9383 IPRO. As duas últimas incorporam os mais recentes avanços em biotecnologia, que trazem a expressão "BT", apresentando tolerância ao herbicida glifosato e proteção contra as principais lagartas da cultura da soja.
Clarice Rocha (mtb 4733 PE)
Embrapa Roraima
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