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Dia de Campo mostra como recuperar áreas da Caatinga expostas à exploração de piçarra e petróleo
Na última sexta-feira, 10 de maio, participantes do VI Congresso Nordestino de Engenharia Florestal (Coneflor), realizado na semana passada em Mossoró, no Rio Grande do Norte, conferiram de perto as tecnologias utilizadas pela Embrapa para a recuperação de áreas degradadas. Em parceria com a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) e o Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes), a Embrapa Agrobiologia realizou o Dia de Campo Vitrine de tecnologias para recuperação de locações operacionais produtoras de óleo e gás natural degradadas na Caatinga, no município de Pendências, a cerca de 50 quilômetros de Mossoró.
O Dia de Campo mostrou aos participantes o projeto de restauração da Caatinga que está sendo feito na área, além de ter explicado e demonstrado na prática como recuperar o bioma. A atividade contou com a organização e condução dos pesquisadores da Embrapa Agrobiologia Alexander Resende, Guilherme Chaer, Eduardo Campello e Sérgio Miana, além do engenheiro ambiental Frederico Machado, do Cenpes/Petrobras, e contou com mais de 60 participantes, entre estudantes da Ufersa, técnicos da Petrobras, professores e visitantes do congresso, de várias regiões do País.
A visitação percorreu cinco estações de trabalho, nas quais foi possível conhecer fragmentos do que está sendo desenvolvido no projeto. “Esse é um espaço onde conseguimos reunir vários modelos de recuperação de áreas degradadas, então é interessante para os visitantes verem quais procedimentos foram seguidos para alcançar determinados resultados”, aponta o pesquisador Alexander Resende.
A primeira estação apresentou um comparativo da Caatinga nativa com a área recuperada. A segunda mostrou uma área nova de cultivo, em que o foco é plantar uma maior diversidade de espécies, inclusive estruturantes, que permitem o condicionamento do bioma e a introdução de novas espécies. A terceira apontou como combater a problemática da seca na Caatinga e promover estratégias de conservação da umidade no solo. A quarta mostrou como identificar as estratégias possíveis para o desenvolvimento de cada planta utilizada na recuperação. Por fim, a quinta consistiu em um espaço com 23 mil mudas de 23 espécies diferentes, plantadas em uma área de 10 hectares que testa as tecnologias de recuperação de áreas degradadas.
De acordo com Resende, a intenção é que o espaço seja utilizado para visitações regulares. “Professores que queiram ensinar aos seus alunos sobre educação ambiental também poderão se beneficiar do local”, argumenta. O mesmo destaca o pesquisador Guilherme Chaer, para quem o espaço é uma vitrine de referência tecnológica. “Já estão sendo feitas negociações com a Petrobras para que, mesmo após a finalização do projeto, a área ainda possa ser utilizada tanto para monitorar os estudos já estabelecidos por um prazo mais longo quanto para visitação”, acrescenta.
Sobre as pesquisas na Caatinga
Desde 2007 a Embrapa Agrobiologia atua na recuperação de áreas degradadas na Caatinga, relacionadas especialmente à extração de piçarra, petróleo e gás. O trabalho é desenvolvido em conjunto com a Petrobras e a Ufersa e as pesquisas culminaram em uma metodologia que possibilita o crescimento rápido de espécies arbóreas e arbustivas em solos em que ocorreram atividades de produção de petróleo e gás natural. “Nos plantios feitos há 12 anos, já é possível ver animais e plantas da Caatinga nativa presentes, superando inclusive um dos maiores períodos de seca na região, entre 2012 e 2017”, aponta o pesquisador Alexander Resende.
Leia mais sobre a tecnologia e os resultados alcançados pela pesquisa aqui.
Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia
Colaboração: Matheus Meireles (estagiário de Jornalismo)
Embrapa Agrobiologia
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