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19/12/22 |   Recursos naturais  Gestão ambiental e territorial  Manejo de Recursos Hídricos

Programa de proteção das águas, com participação da Embrapa, é premiado

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Foto: Maria Lúcia Zuccari

Maria Lúcia Zuccari - Imagens mostram o Antes (2017) e o Depois (2022) da recuperação dos mananciais.

Imagens mostram o Antes (2017) e o Depois (2022) da recuperação dos mananciais.

Jaguariúna foi a grande vencedora do 8° Prêmio Ação Pela Água, promovido pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ). A entrega da premiação ocorreu na cidade de Limeira, em 30 de novembro.

O “Oscar da Água”, como é conhecida a premiação, contou com a participação de 80 instituições públicas e privadas. A cidade de Jaguariúna conquistou o primeiro lugar. O Programa Bacias Jaguariúna, um projeto que promove a recuperação de mananciais, através da restauração e conservação de matas nativas, especialmente matas ciliares, de nascentes e reservas legais, foi o responsável por colocar o município na primeira colocação. A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) faz parte deste projeto desde 2013.

Atualmente, o Programa conta com a parceria da Prefeitura de Jaguariúna, The Nature Conservancy (TNC), Ambev, Embrapa Meio Ambiente, Agência das Bacias PCJ e Jaguatibaia - Associação de Proteção Ambiental, que juntas compõem a Unidade Gestora do Programa (UGP). A partir de 2020 a Embrapa formalizou uma parceria com a The Nature Conservancy do Brasil por meio de um contrato de cooperação técnica, cujo projeto foi apropriado no SEG (Sistema Embrapa de Gestão) com o nome de PSA-Jaguariúna.

“Iniciamos em 2013 participando da UGP do Programa Bacias Jaguariúna (Unidade de Gestão do Programa), quando inicialmente foi elaborado o arcabouço legal e todo o planejamento das atividades, em seguida com o monitoramento mensal das águas na área do projeto-piloto, juntamente com o início do plantio das mudas para a restauração florestal. Hoje temos 186,80 hectares de mudas plantadas, em diferentes estágios de desenvolvimento florestal, entre aproximadamente três a seis anos”, explica a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e integrante do Projeto, Maria Lucia Zuccari.

Hoje o projeto conta com mais dois pesquisadores, além de Maria Lucia, que já realizava o monitoramento mensal hidrológico na bacia do projeto piloto. Atualmente, iniciam a fase de integração de dados, obtidos ao longo de sete anos, aos SIGs (Sistema de Informações Geográficas), juntamente com Pedro Gerhard, que estuda a evolução da vegetação nativa, espontânea ou restaurada. E o pesquisador Alexandre Ortega Gonçalves, da Embrapa Solos (RJ), lotado na Embrapa Meio Ambiente, que faz o monitoramento hidrológico em microbacia do projeto piloto, reativando a estação hidrossedimentológica automática.

Maria Lucia informa que “brevemente serão iniciados os mesmos trabalhos em uma área maior que o projeto-piloto, a bacia do rio Camanducaia, onde 21 proprietárias/os já aderiram ao Programa, para a restauração e conservação florestal em suas terras, com recebimento de PSA (Pagamento por Serviços Ambientais)”. Na fase inicial serão realizados os PIP (Plano Individual da Propriedade) junto às pessoas proprietárias, sob contratação e supervisão do Comitê de Bacias PCJ, e em seguida serão construídas as cercas para conter a invasão pelo gado e depois o plantio das mudas nativas.

A Embrapa Meio Ambiente deverá iniciar o monitoramento das águas antes do cercamento das áreas e acompanhar mensalmente e por muitos anos, até que a floresta restaurada atinja sua fase madura e equilibrada ecologicamente. Por essa razão é importante que o trabalho atual estabeleça um ambiente de pesquisa sólido, que atraia também pesquisadoras/es de outras linhas, uma vez que a Unidade de trabalho é a bacia hidrográfica, que requer estudos necessariamente multidisciplinares.

“As atividades do projeto são uma oportunidade que temos de levantar o impacto das ações de restauração florestal no regime hídrico da microbacia, onde a Embrapa Meio Ambiente está inserida, indo ao encontro da garantia da segurança hídrica para o consumo humano e para a agropecuária”, enfatiza o pesquisador Alexandre Ortega. Para ele “o prêmio é um incentivo para ampliar os trabalhos para além do tema água, como por exemplo carbono, biodiversidade etc, e também um reconhecimento da importância da linha de pesquisa ‘água e recursos hídricos’ da Unidade”, complementa.

O Programa Bacias Jaguariúna promove o estímulo à restauração e conservação de áreas importantes para a manutenção da qualidade e da quantidade de água – como margens de rios, córregos e nascentes. Quando essas áreas são devidamente protegidas, permitem que a natureza gere benefícios para a população da região, os chamados serviços ambientais.

Há muita complexidade nos processos para se chegar aos resultados atuais, a TNC atua continuamente, com expertise adquirida em muitas outras iniciativas similares, inclusive no Município de Extrema (MG), que é um exemplo pioneiro no País, dando suporte técnico, logístico e também financeiro em todas as fases de execução desses Programas, até que os municípios possam atuar de forma independente.

“A preocupação com o meio ambiente é uma das prioridades da atual administração da Prefeitura Municipal de Jaguariúna e seus parceiros. O Programa Bacias Jaguariúna visa promover a conservação e recuperação de mananciais no município e incrementar os serviços ambientais relacionados principalmente à disponibilidade hídrica e qualidade da água”, salienta a vice-prefeita e secretária de Meio Ambiente de Jaguariúna, Rita Bergamasco.

Com informações do Circuito de Notícias.

Eliana Lima (MTb 22.047/SP)
Embrapa Meio Ambiente

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