A eficiência econômica dos sistemas de produção de bovinos está diretamente relacionada com a melhoria da eficiência reprodutiva e com a diminuição da idade à concepção. Quanto mais jovens as novilhas ficarem prenhes, mais compensador é para o sistema, em termos financeiros. A adoção de manejos com essa finalidade poderia resultar em menor custo de produção. Estudos demonstram que se a primeira prenhez acontecer aos 14 meses, ao invés dos 24 meses, os custos de produção diminuem, mesmo com manejo preparatório para as fêmeas. No entanto, fêmeas de alto mérito genético já podem ser multiplicadas ainda na fase de bezerras ou novilhas pré-púberes, pois hoje já é possível estabelecer o valor genômico dessas categorias, ou seja, identificar animais melhoradores antes mesmo que atinjam a vida adulta e entrem em fase reprodutiva. Essa abordagem tem um enorme potencial para os programas de melhoramento, tanto em raças leiteiras como de corte. A técnica reduz ainda mais o intervalo entre as gerações e acelera o ganho genético dos rebanhos, contribuindo para aumentar a eficiência e sustentabilidade dos sistemas de produção de leite e carne. O impacto é ainda mais significativo para as raças zebuínas, que são a base da maior parte do rebanho brasileiro, e que tem puberdade mais tardia em relação aos taurinos. No entanto, as categorias de bezerras e novilhas pré-púberes apresentam baixa quantidade de ovócitos e competência no desenvolvimento de blastocistos. Além disso, ainda há necessidade de se melhorar a eficiência da criopreservação de embriões produzidos in vitro para ampliar a comercialização nacional e internacional de genética bovina. Nesse sentido, este projeto pretende superar de forma estratégica os obstáculos para produção de embriões, prenhezes e criopreservação de embriões produzidos in vitro e in vivo a partir de material genético superior de bezerras e novilhas pré-púberes. Consequentemente, busca garantir a antecipação da reprodução, encurtar o intervalo de gerações e produzir animais melhorados que assegurem uma sustentabilidade do sistema de produção. As contribuições deste projeto apoiarão o surgimento de um novo ciclo de produção de genética superior de bovinos de corte, especialmente por disponibilizar aos criadores e laboratórios mais uma categoria bovina para obtenção de ovócitos e embriões. Além disso, contribuirá com o intercâmbio e comercialização de embriões de fecundação in vitro, com a viabilização do congelamento lento e transferência direta de embriões produzidos in vitro para fêmeas receptoras. Também irá proporcionar pela primeira vez a intensificação da multiplicação de fêmeas jovens, onde uma fêmea poderá deixar produtos aos oito e aos 12 meses por aspiração folicular e, aos 14 meses, por inseminação artificial em tempo fixo (IATF), devido à associação de estratégias nutricionais, hormonais e fisiológicas. Consequentemente, essas conquistas tornarão a atividade pecuária mais atrativa e rentável. Indiretamente, uma entrega constante de animais superiores no mercado irá contribuir com a melhoria dos rebanhos, aumento na produção, antecipação da idade de abate e fornecimento de alimento para a crescente população.