No Brasil, existem poucas informações científicas sobre gases de efeito estufa (GEE) na cafeicultura, principalmente para fluxos de óxido nitroso (N2O) no solo sob irrigação e fertilização com altas doses de nitrogênio (N) aplicadas - entre 200 e 600 kg/ha/ano. Estudos no País revelam que a conversão de áreas de pastagem em cafezais com a adoção de boas práticas agrícolas como o manejo adequado de podas e o controle de plantas infestantes propicia a manutenção ou o aumento dos estoques de carbono (C) e N do solo ao longo do tempo. O consórcio de café e braquiária tem sido cada vez mais adotado pelos cafeicultores para a reduzir perdas e, consequentemente, as emissões de N2O, além de incrementar o estoque de C no solo. O objetivo deste projeto é monitorar os fluxos de GEE no solo e estimar o balanço de C no solo sob cultivo de café irrigado e consorciado com braquiária decumbens ( Urochloa decumbens) no Cerrado. As soluções para inovação propostas são: indicadores de mitigação de GEE em café consorciado com braquiária decumbens ( Urochloa decumbens) no Cerrado; e estimativa do balanço de C em café consorciado com braquiária decumbens ( Urochloa decumbens) no Cerrado. As avaliações serão realizadas na Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF), a 1050 m de altitude, em latossolo vermelho escuro de textura argilosa, pluviosidade média anual de 1200 mm e temperatura média de 22ºC. A irrigação será via pivô central, com suspensão da irrigação entre o final de junho e o dia 4 de setembro (irrigação com estresse), e irrigação plena. Os tratamentos de referência serão cafeeiro de sequeiro e ausência de braquiária no consórcio. Serão aplicados 300 kg de P2O5/ha e 450 kg/ha de N e potássio (K), parcelados em quatro vezes, além de 100 kg/ha de FTE no solo. As avaliações de GEE e estoques de C e de N serão realizadas segundo metodologias consolidadas em outros sistemas de cultivo, porém não aplicadas no café. Com este projeto, busca-se mitigar as emissões de GEE e o balanço positivo de carbono na cafeicultura irrigada no Cerrado.