Embrapa Cerrados
Produção de melão e mudanças climáticas: sistemas conservacionistas de cultivo para redução das pegadas de carbono e hídrica.
Produção de melão e mudanças climáticas: sistemas conservacionistas de cultivo para redução das pegadas de carbono e hídrica.
Autoria: FIGUEIREDO, M. C. B. de; GONDIM, R. S.; ARAGAO, F. A. S. de
Resumo: O Nordeste do Brasil responde por 95% da produção nacional de melão. Nos últimos anos, os principais polos de produção têm sido o Jaguaribe-Açu (? 467 mil toneladas por ano), que envolve a região de Mossoró e se localiza na divisa dos estados do Ceará e Rio Grande do Norte, e o Submédio do Vale do São Francisco (? 64 mil toneladas por ano), situado na divisa dos estados da Bahia e Pernambuco. O melão produzido na região Nordeste é competitivo pela qualidade dos frutos e por seu ciclo reduzido (? 60 dias), quando comparado com Espanha e França (? 120 dias), permitindo até três safras por ano. O semiárido brasileiro apresenta elevados níveis de radiação solar, altas temperaturas (máximas > 30 °C) e baixo índice de precipitações (700 mm a 800 mm anuais, distribuídos em três ou quatro meses do ano). Diante da ameaça do aquecimento global e da necessidade de alternativas tecnológicas para a redução das pegadas de carbono e hídrica, que poderiam comprometer o desempenho da produção agrícola no Nordeste brasileiro, este livro apresenta resultados de 5 anos de pesquisas conduzidas pela Embrapa Agroindústria Tropical, Embrapa Semiárido e Embrapa Hortaliças, em parceria com a Universidade Federal do Semiárido (Ufersa), Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S.A. (Emparn) e Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), com financiamentos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Embrapa. Experimentos e pesquisas de dados foram realizados em fazendas produtoras de melão e em estações experimentais nos principais polos de produção de melão, Jaguaribe-Açu e Submédio do Vale do São Francisco, com vistas a determinar os sistemas de cultivo que propiciem melhor produção e reduzida pegada de carbono. O livro está organizado em quatro partes: 1 ? Sistemas de produção de melão no Brasil; 2 ? Mudanças climáticas: causas e impactos na produção de melão; 3 ? Pegada ambiental do melão: o que é e como avaliar; e 4 ? Estratégias para redução da pegada ambiental do melão. A parte 1 apresenta os principais sistemas de produção de melão no Brasil, com um capítulo introdutório sobre as características gerais do meloeiro e do ambiente adequado ao cultivo de melão. Dois capítulos abordam os sistemas de cultivo predominantes nos principais polos de produção de melão do País (Jaguaribe-Açu e Submédio do Vale do São Francisco) e um capítulo final trata das necessidades nutricionais do meloeiro. A segunda parte tem dois capítulos, o primeiro apresenta as causas das mudanças climáticas e suas consequências na agricultura, e no segundo são discutidos os efeitos das mudanças climáticas na fisiologia e desenvolvimento do meloeiro. A parte 3 aborda a temática da pegada ambiental de produtos agrícolas, com dois capítulos focados em métodos e estudos de caso sobre pegada de carbono e hídrica na cultura do melão. Na última parte, os sistemas conservacionistas de cultivo de melão, com potencial de redução da pegada ambiental pelo uso da adubação verde, são detalhados em termos do estoque de carbono, produção e análise de viabilidade econômica dos sistemas propostos. Enfim, os temas são abordados com o intuito de contribuir com políticas públicas de redução de emissões de gases de efeito estufa na agricultura, ampliação do estoque de carbono e melhoria na eficiência do uso da água. Também visam apoiar o produtor de melão na tomada de decisão sobre quais técnicas utilizar, visando à produção com baixa emissão carbono.
Ano de publicação: 2017
Tipo de publicação: Livros
Unidade: Embrapa Agroindústria Tropical