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13/07/16 |   Segurança alimentar, nutrição e saúde

Embrapa apoia Congresso de Nutrição Especializada

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Foto: João Eugênio

João Eugênio - Melícia Galdeano e Ilana Felberg organizadoras do ciclo de palestras O Papel da Alimentação em Doenças Autoimunes

Melícia Galdeano e Ilana Felberg organizadoras do ciclo de palestras O Papel da Alimentação em Doenças Autoimunes

A quinta edição do Congresso Internacional de Nutrição Especializada & Expo Sem Glúten (COINE), realizado no Rio de Janeiro, dias 17 e 18 de junho, contou com o apoio de pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos, em sua organização, e de pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e Embrapa Milho e Sorgo proferindo palestras. A Dra. Ilana Felberg integrou a Comissão Técnica e também foi uma das organizadoras do evento Pré-COINE, que aconteceu no dia 16, nas dependências da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Neste dia foi realizado um Workshop sobre Alimentos para Fins Especiais: Glúten Free, de manhã, com representantes de empresas, e, à na parte da tarde, sucedeu-se uma série de palestras sobre o Papel da Alimentação em Doenças Autoimunes. O COINE é promovido pelo Centro Brasileiro de Apoio Nutricional, CBAN, com apoio da Associação dos Celíacos do Brasil - Rio de Janeiro, ACELBRA RJ.

Na programação técnica, o pesquisador Francisco José Lima Aragão, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, falou sobre "Ferramentas da biotecnologia no melhoramento de matérias primas alimentares", quando apresentou um panorama da domesticação e melhoramento de espécies vegetais pela humanidade ao longo do tempo e as tecnologias de biotecnologia nesta trajetória. A pesquisadora Valeria Aparecida Vieira Queiroz, da Embrapa Milho e Sorgo, palestrou sobre "Potencial do sorgo na produção de alimentos sem glúten e na promoção da saúde", demonstrando os benefícios nutricionais do consumo humano de sorgo, habitual na Ásia e África, as diversas variedades e suas cores e os produtos desenvolvidos com esta matéria prima, para satisfação do público que foi conferir e degustar a pipoca de sorgo. A Embrapa também participou do COINE com estande na Expo Sem Glúten. No estande foram expostos produtos biofortificados (feijão, milho, feijão caupi, batata-doce e aipim), sorgo para alimentação humana, e as farinhas alternativas de arroz e café, arroz e milho e soja, farinha de sorgo e folders institucionais e de tecnologias.

Pré COINE na Embrapa Agroindústria de Alimentos
O workshop, uma iniciativa da Embrapa para apresentar as possibilidades de parceria em pesquisas no segmento de produção de alimentos para fins especiais e deflagrar um diálogo direto com as empresas, reuniu representantes de nove empresas de alimentos sem glúten de Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro que apresentaram questões de interesse de seu negócio e discutiram tendências do mercado. Foi uma oficina produtiva, os empresários ficaram satisfeitos com a iniciativa da Embrapa de estabelecer este diálogo com o setor. Os representantes da área de Transferência de Tecnologia e de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Agroindústria de Alimentos também acharam a iniciativa muito boa e querem repetir este modelo com outros segmentos do setor de alimentos.

A série de palestras O Papel da Alimentação em Doenças Autoimunes foi organizada pelas pesquisadoras Ilana Felberg e Melícia Galdeano com a intenção de apresentar abordagens nutricionais e metabólicas aos empregados, colaboradores e parceiros da Embrapa Agroindústria de Alimentos. O evento contou com a palestra introdutória da presidente da ACELBRA RJ, Mirian Francisca Silva; do Bioquímico português Pedro Bastos e da Nutricionista Denise Carreiro, ambos palestrantes do COINE. Mirian apresentou a ACELBRA como integrante do segmento de "controle social" no Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, CONSEA, e a palestra "Acesso à alimentação adequada ao celíaco". Ela lembrou que o Brasil dispõe de vasto leque de matérias primas que podem ser transformados e utilizados, não para substituir o trigo que tem seus consumidores, mas para dar opção para os celíacos (1% da população) e os que têm sensibilidade ao glúten não celíaca (10%). A doença celíaca é de difícil diagnóstico e a Associação dos Celíacos comemora o estabelecimento de protocolo de diagnóstico com o governo federal e está mobilizada para promover o mesmo entendimento com as secretarias de saúde de Estados e Municípios. A proposta da ACELBRA RJ com a Embrapa é discutir o aproveitamento de matérias primas (pequi, feijão fradinho, mandioca, entre outras) para desenvolver alimentos nutritivos e saborosos que possam ser consumidos por todos.

O pesquisador da Universidade de Lund, na Suécia, Pedro Carrera Bastos, abordou o tema "O Papel do Glúten e das Proteínas do leite na Autoimunidade". Segundo ele, as 80 doenças autoimunes reconhecidas (entre as quais, doença de Crohn, esclerose múltipla, artrite reumatoide, doença celíaca, tireoidite Hashimoto) têm uma prevalência mundial estimada entre 7,6 e 9,4%, números que ele disse estariam subestimados. "Não é um problema raro, mas de saúde pública, que provoca altos gastos e alta morbilidade" e que tem como uma de suas causas, demonstradas por diversos estudos e artigos que apresentou na palestra. A ingestão de alimentos com glúten e leite, entre outros, que diminuem a capacidade do intestino de barrar substancias que normalmente não atravessariam suas paredes, deflagrando reações do sistema imunológico contra partes do próprio corpo. A indicação do palestrante, portanto, seria evitar a dieta que desfavorece a saúde, evitando alimentos ultra processados e glúten, entre outros.

A professora Denise Madi Carreiro tratou do tema "Reações adversas ao glúten mediadas e não mediadas pelo sistema imunológico" na qual apontou que a mudança nos hábitos alimentares – queda no consumo de arroz, feijão, batata, peixe, legumes verduras e frutas e aumento do consumo de refrigerantes, biscoitos, embutidos, carnes, refeições prontas - está relacionada com a explosão de problemas de saúde expressas no crescimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), causa de 72% dos óbitos. O quadro seria agravado pelo fato de que "Não há profissionais aptos a detectar causas de problemas de saúde quando é alimentar. A formação dos médicos não inclui cadeiras de nutrição!". Segundo ela, "o trigo não é mais o mesmo" e, que, apesar das evidências científicas dos problemas gerados pela alimentação com glúten, ainda se atribui maior valor comercial quanto maior for a quantidade de glúten no trigo.

Promover palestras com abordagem de alimentação diferentes das habituais na Embrapa se mostrou um acerto, as organizadoras ficaram satisfeitas com a qualidade das palestras com outras visões sobre alimentação, úteis do ponto de vista pessoal e técnico-científico.

João Eugênio Diaz Rocha (MTb 19276 RJ)
Embrapa Agroindústria de Alimentos

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