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Mapa mostra extrativismo da mangaba em Sergipe
A Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju-SE) lançou o Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe – Ameaças e Demandas. O documento traça um diagnóstico detalhado sobre a realidade dos catadores da fruta no estado, suas nuances sociais, econômicas, políticas e ambientais.
Desenvolvida dentro do projeto em rede ‘Plataforma Nacional de Recursos Genéticos Vegetais', a publicação teve a parceria da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Apoiaram o projeto, ainda, o Incra, a Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), Instituto Chico Mendes (ICMBio), Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Sergipe, Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), Universidade Federal do Pará (UFPA), Movimento das Catadoras de Mangaba de Sergipe e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Inicialmente, foram produzidas 300 cópias impressas do mapa, mas a publicação está disponível para download no site da Embrapa Tabuleiros Costeiros, www.cpatc.embrapa.br .
Participação
Segundo a analista em comunicação da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Raquel Rodrigues, que coordenou os trabalhos, o mapa partiu de uma demanda apresentada ao Ministério Público Federal pelas próprias catadoras de mangaba. "Elas se organizaram em um movimento e denunciaram o fato de várias áreas que antes tinham livre acesso estarem sendo cercadas, além da derrubada de mangabeiras em diversos locais do estado", revela.
O mapeamento já havia sido iniciado antes da denúncia das catadoras, e agora, concluído, deverá servir como base para os tomadores de decisões e na formulação de políticas públicas que garantam a continuidade do extrativismo de forma sustentável ambiental e economicamente. Entes públicos como secretarias de Estado, órgãos ambientais, prefeituras, poder legislativo e a justiça terão informações técnicas atuais e georreferenciadas para a tomada de decisões que afetem a atividade em Sergipe.
No diagnóstico publicado constam todas as áreas de ocorrência do extrativismo da mangaba em Sergipe, além do perfil socioeconômico das catadoras e os principais conflitos e problemas da atividade.
As ações consistiram de análise de dados e levantamento de campo feito de forma participativa. "Utilizamos fotografias aéreas de alta resolução feitas pela Seplan de Sergipe em 2003 e fomos aos locais acompanhados pelas catadoras para comparar o que havia nas fotos e no presente a fim de elaborar o diagnóstico", explica Raquel.
Problemas
Entre as principais constatações do diagnóstico está o fato de outras atividades econômicas, como a cana de açúcar e o turismo, estarem levando a uma redução de áreas nativas da mangaba no estado, além da restrição do acesso das catadoras a áreas particulares por causa do aumento do interesse pela comercialização da fruta.
Outra descoberta importante foi o fato de proprietários de terras onde a mangaba ocorre estarem forjando a produtividade das propriedades com medo de desapropriações pelo Incra.
Participaram dos trabalhos os pesquisadores Josué Silva Júnior, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, especializado em fruteiras nativas, e Daniel Vieira, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, especializado em conservação de recursos naturais. A confecção dos mapas ficou a cargo da analista em geoprocessamento da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Alessandra Moraes.
Saulo Coelho (MTb/SE - 1065) Embrapa Tabuleiros Costeiros Contatos: 79 4009-1381 / saulocoelho@cpatc.embrapa.br
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/