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Agricultores poderão apresentar relato de experiência no Congresso de Agroecologia em 2017
O que as pessoas consideram fundamental ser tratado no Congresso Latino-americano de Agroecologia? Essa resposta foi obtida por meio de enquetes e de oficinas ao longo dos últimos 12 meses. Estudantes, pesquisadores/as, professores/as, técnicos/as, representantes dos movimentos sociais e parceiros estratégicos orientaram a formulação dos 13 temas geradores para submissão dos trabalhos para o VI Congresso Latino-americano de Agroecologia, X Congresso Brasileiro de Agroecologia e V Seminário de Agroecologia do DF e Entorno, que acontecem em Brasília, de 12 a 15 de setembro.
Os interessados podem enviar trabalhos até o dia 10 de abril nas seguintes modalidades: trabalho científico, relato de experiência técnica e relato de experiência popular. O relato de experiência popular é a grande novidade na submissão de trabalhos para 2017, chama a atenção a Coordenadora da Comissão Técnico-Científica do Congresso Ana Maria Resende Junqueira, professora da Universidade de Brasília (UnB).
“Espera-se que as pessoas tragam suas experiências que acontecem em outros países para que possam ser vistas pelos produtores brasileiros e possam ser aproveitadas, e que o contrário ocorra também”, destaca Ana Maria. Então, além de trazer a experiência, que as ideias possam inspirar pessoas em qualquer lugar do mundo. Existe uma expectativa de que os relatos de experiências, sejam técnicos ou populares, tragam inovações ligadas ao sistema de cultivo de base agroecológica. “Nós entendemos que dois grandes gargalos para quem trabalha com produção de alimentos em sistemas de base agroecológica são o manejo do solo e o controle fitossanitário”, salienta.
Relato de Experiência Popular
“Queremos trabalhar com a inclusão. Portanto, uma inovação nesse congresso é que, além de termos os trabalhos científicos e os relatos de experiências técnicas, consolidados em eventos anteriores, os agricultores também poderão enviar os relatos de suas experiências. Nós queremos os agricultores na mesa de debate”, ressalta Ana Maria. “O que houve de mudanças nas suas vidas? Como eles trabalhavam antes? Como trabalham hoje depois de conhecerem a Agroecologia? Que técnicas foram internalizadas pelos agricultores?”, completa.
No site do evento (www.agroecologia2017.com) existe uma referência de relato popular de um agricultor do Distrito Federal que pode ser usado como base para descrever a experiência dos produtores interessados em compartilhar com os demais congressistas sua própria experiência. Os relatos terão um formato mais simplificado e os trabalhos selecionados serão, preferencialmente, apresentados de forma oral.
Temas geradores
“Foi um trabalho de construção coletiva que resultou nos 13 temas geradores do Congresso”, relata Ana Maria. Foram promovidas oficinas com parceiros do Brasil e da América Latina com o objetivo de identificar o tema principal do congresso e de trabalhar as temáticas diversas que foram apresentadas. Ana Maria conta que “todos tiveram a oportunidade de opinar, seja via enquete, seja participando de nossas oficinas. Foram dadas várias oportunidades para participação da comunidade científica e sociedade, de maneira geral”, salienta a professora. Para auxiliar esse processo, também foi criada uma enquete encaminhada a várias pessoas, organizações e representações de dentro e de fora do Brasil, para que elas pudessem expressar qual o desejo delas para esse congresso.
Os 13 temas geradores do congresso são: políticas públicas e conjuntura; mulheres e agroecologia; juventudes e agroecologia; educação em agroecologia; construção do conhecimento agroecológico; campesinato e soberania alimentar; conservação e manejo da sociobiodiversidade e direitos dos agricultores e povos e comunidades tradicionais; agroecologia e resiliência socioecológica às mudanças climáticas e outros estresses; manejo de agroecossistemas e agricultura orgânica; agrotóxicos e organismos geneticamente modificados; agroecologia e agriculturas urbana e periurbana; estratégias econômicas em diálogo com a agroecologia; e memórias e história da agroecologia.
Com isso, os trabalhos científicos, os relatos de experiência técnica e de experiência popular podem ser enviados para o tema gerador que o autor considere mais apropriado. Estes devem ter relevância para a agroecologia e para o mundo. Para cada uma das três modalidades, existem as referências no site do congresso www.agroecologia2017.com, no menu de submissões.
“Temos uma expectativa de receber cerca de três mil trabalhos e solicitamos aos autores que primem pela qualidade dos trabalhos enviados”, ressalta Ana Maria. Os autores, que poderão enviar até dois trabalhos por inscrição, independentemente da modalidade, serão comunicados a respeito do parecer à medida que os trabalhos forem avaliados. A data limite de envio do parecer final é 20 de junho. Portanto, envie seu trabalho o quanto antes.
Todos os trabalhos aceitos e apresentados no evento serão publicados na Revista Cadernos de Agroecologia, com o apoio da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA).
Congresso
O congresso de Agroecologia em 2017 é a realização simultânea dos VI Congresso Latino-americano de Agroecologia, X Congresso Brasileiro de Agroecologia e o V Seminário de Agroecologia do Distrito Federal e Entorno. Nos quatro dias dos eventos, os participantes terão a oportunidade de aprofundar e conhecer o que está em desenvolvimento pelos cientistas e realizado pelos agricultores na agroecologia, salienta a presidente dos eventos e pesquisadora da Embrapa Hortaliças, Mariane Vidal. Além disso, o congresso busca potencializar os processos participativos e de amplo diálogo entre sociedade civil, academia e poder público; fortalecer as redes e teias de agroecologia; dar visibilidade às experiências agroecológicas da América Latina; contribuir para a construção do conhecimento de base agroecológica e para os avanços teóricos, práticos e políticos.
Os eventos são promovidos pela Sociedade Científica Latino Americana de Agroecologia (SOCLA) e Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-agroecologia) e organizados em Brasília por uma comissão formada por instituições públicas como Embrapa, UNB, Seagri e EmaterDF, além de outras instituições e organizações e movimentos sociais. Acompanhe as novidades no site e no perfil facebook /agroecologiadf.
Irene Santana / Daniela Collares (MTb 11.354/DF / MTb/114/01 RR)
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